Fonte: Diario do Nordeste - Blog do Egídio Serpa

Técnicos chineses que trabalham no dimensionamento de uma grande jazida de minério de ferro localizada no município de Quiterianópolis, no Oeste do Estado, aguardam a chegada de quatro sondas — cada uma com capacidade para perfurar até mil metros de profundidade. Importadas da China, as sondas, que desembarcarão em Pecém dentro de 15 dias, ajudarão nos estudos e nas análises da jazida, cujo minério já se revelou de muito boa qualidade. Além dos chineses, brasileiros da Vale do Rio Doce também pesquisam o solo cearense em busca de minério de ferro. A Vale faz sondagens e prospecções na área de Parambu, na mesma região Oeste do Ceará, onde também se detectou a presença de minério de ferro. Há também, fazendo o mesmo serviço, pesquisadores espanhóis que estão furando o chão de Tejuçuoca, no Norte cearense, onde igualmente encontraram uma boa jazida de minério de ferro. Se tudo isso não for produto de um efeito especial, o futuro próximo do Ceará será mesmo promissor.

Projeto Itataia vai se retomado com parceiros - Jazida tem maior teor de fosfato do país

Fonte: Diário do Nordeste - Via Fiec

Suelem Caminha
Da Editoria de Economia

O governo do Estado pretende iniciar a revitalização do Projeto Itataia, uma vez que a jazida localizada no município de Santa Quitéria apresenta o maior teor de fosfato do País. A afirmação é do secretário de Desenvolvimento Econômico (SDE), Régis Dias. Segundo ele, a decisão de retomar este projeto depende de parceiros privados internacionais.

Para se ter idéia da importância de investidores estrangeiros, estudos da SDE em parceria com da Indústrias Nucleares do Brasil (INB) estimam que o empreendimento de Itataia requer investimento da ordem de US$ 111 milhões por parte da iniciativa privada, enquanto a contrapartida é de US$ 20 milhões do governo estadual. Para Dias, o governo tem acompanhado as negociações da INB na busca de parceiros para Itataia, já que deseja conhecer o perfil dos investidores.

JAZIDA - Segundo o chefe da Assessoria de Novos Empreendimentos da Indústrias Nucleares do Brasil (INB/RJ), Luís Felipe da Silva, a INB continua procurando parceiros, entre os produtores de fertilizantes.A iniciativa privada assumiria a produção de ácido fosfórico e derivados, enquanto o governo, através da INB, ficaria responsável pela produção de urânio.

Estudos da INB revelam que a jazida de Itataia tem um potencial geológico de 142,5 mil toneladas de urânio associado ao fosfato. A reserva a ser explorada é da ordem de 79,5 milhões de toneladas de minério, 8,9 milhões de toneladas de fosfato e 80 mil toneladas de urânio. Podem ainda ser extraídos 300 milhões de metros cúbicos de mármore isento de urânio.

O projeto Itataia só será viável com a exploração do fosfato para produção de ácido fosfórico, um dos insumos utilizados na fabricação de fertilizantes. Daí porque a INB está contatando com empresas ligadas a este setor para encontrar parceiros que financiem o projeto. Apesar do grande potencial das reservas de Itataia, as tentativas da INB ainda não deram resultado positivo.

As negociações prosseguem e a INB busca modelos de associação para investimentos em Itataia. O projeto conta com o apoio do Governo do Estado devido à expectativa de geração de empregos, aumento da arrecadação de impostos e a atração de indústrias de fertilizantes para o Ceará.

Estudos elaborados pela INB indicam que o retorno financeiro da exploração de Itataia ocorrerá dentro de cinco anos. Para chegar a esta projeção, foram realizados exercícios com diversas capacidades de produção, entre 50 mil toneladas de fosfato (P205) por ano e 240 mil toneladas. Com investimento de US$ 100 milhões, Luís da Silva explica que é possível obter produção de 100 mil toneladas de fosfato anual e da produção de ácido fosfórico é extraído o urânio. “É possível reduzir o valor do investimento através de novas tecnologias”, salientou o chefe da Assessoria de Novos Empreendimentos da INB.

Um levantamento sobre o mercado de fertilizantes, realizado entre 2001 e 2002, no N/NE mostrou que a demanda é de 200 mil toneladas de fosfato por ano. A partir deste resultado, “achamos que uma planta de jazida com produção de 100 mil toneladas de fosfato anual é adequada para abastecer os estados dessas duas Regiões”, afirmou Luís da Silva. Hoje, a aplicação de fósforo é feita em culturas de cana-de-açúcar e grãos. “Nessas localidades quase não há usinas de beneficiamento em operação, já que a produção é concentrada no Centro-Oeste”, destaca os estudos da INB.

No mercado internacional, o Brasil é o 4º maior consumidor de fertilizantes, ficando atrás apenas da China, dos Estados Unidos e da Índia. Este segmento movimenta, em valor FOB, cerca de US$ 3 bilhões e está em plena expansão. Dados da INB indicam que só para atender à demanda interna de fertilizantes fosfatados, são produzidos em torno de 1,5 milhão de toneladas anuais, representando um déficit de 40% em relação ao consumo total. Como as usinas de beneficiamento estão trabalhando com a capacidade máxima, este déficit no mercado interno, torna favorável o cenário para Itataia. Falta apenas parceiros para tocar o projeto.