Medo da China, adia negócio com Taiwan.

Pacote de 12.000 milhões em armas em causa

Fonte: Area Militar

O Departamento de Estado norte-americano (equivalente a ministério das relações exteriores) decidiu suspender um total de 12.000 milhões de dólares (EUR 8.000 milhões / R$ 20 bi) em possíveis vendas a Taiwan de armamentos militares dos Estados Unidos.

Não se tratando de vendas efectivas ou contratos firmes assinados, mas sim de autorizações para a negociação de venda de equipamentos militares que precisam ser autorizadas pelo congresso norte americano, a suspensão acaba no entanto por afectar a possibilidade das vendas num futuro próximo.

Senadores nos Estados Unidos já tinham acusado o anterior governo de Taiwan de fazer pouco pela sua própria defesa e de basear a sua defesa apenas na capacidade militar dos Estados Unidos para enviar porta-aviões para o estreito que separa as duas Chinas, em caso de problemas.

Entretanto Taiwan mostrou interesse na aquisição de helicópteros anti-tanque «Apache», helicópteros de transporte de tropas «Blackhawk», caças F-16E/F e aeronaves de patrulha marítima P-3C «Orion».
Além destes meios aéreos, estão também em causa negociações para a compra por parte de Taiwan de oito submarinos de propulsão Diesel-electrica, uma possibilidade de compra que continua a gerar bastante perplexidade [1] pois os Estados Unidos não fabricam submarinos desse tipo.

A mudança de humor do Departamento de Estado, não terá no entanto nada que ver com a alegada falta de vontade de Taiwan em se defender, mas sim com que parece ser um melhoramento das relações entre o governo de Pequim e o governo de Taipé.
As últimas eleições na ilha, levaram ao poder um partido que vê com bons olhos o estreitamento de relações com a República Popular. Embora não se saiba até que ponto poderão chegar essas relações, fontes próximas do Departamento de Estado afirmaram que poderiam em casos extremos chegar mesmo à instalação de bases chinesas em Taiwan. Mantendo-se o principio de um país dois sistemas, em que Taiwan manteria toda a sua independência e instituições, mas passando a sua defesa a ser da responsabilidade do exército popular de libertação.

Por outro lado, sabe-se também que a China tem feito fortes pressões em Washington para que não seja negociada qualquer venda de armamento, já que a China considera que Taiwan é parte do seu território.

Neste momento também se preparam negociações entre Taiwan e a China, cujo resultado não se pode prever, o que leva os Estados Unidos a pensar duas vezes.

Entre os problemas apontados, está a possibilidade de um grande melhoramento das relações entre Taiwan e a República Popular, levar a um maior entendimento entre as estruturas das suas forças militares. Os norte-americanos temem que sistemas altamente sofisticados como os radares AN/APG-80 do tipo AESA, que deverão equipar os novos caças F-16 de Taiwan possam cair com facilidade em mãos chinesas.
Além dos F-16, também as aeronaves de luta anti-submarinos P-3 são consideradas estratégicas, pois este tipo de aeronave, bem como os sensores que transporta, são uma das armas que os Estados Unidos utilizam nos mares da China para tentar encontrar submarinos chineses.