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Ucrânia não renovará empréstimo de base à Rússia, diz premiê

Primeira-ministra pró-Moscou tenta buscar apoio para se manter no poder após romper com pró-ocidentais

Agências internacionais - Via Estadão - (Com Renata Miranda, de O Estado de S. Paulo)

KIEV - A primeira-ministra da Ucrânia, Yulia Timochenko, disse nesta quarta-feira, 24, que o país não estenderá o empréstimo da base naval de Sebastopol para a Rússia, onde fica instalada a frota russa no Mar Negro, além de 2017, segundo informações da AFP. A premiê, membro do partido pró-Rússia, tenta manter o apoio no Parlamento depois que a aliança com o presidente pró-Ocidente Viktor Yushchenko anunciou o rompimento do acordo, causando uma tempestade política no país. Os partidos iniciarão negociações para formar uma nova aliança em 30 dias. Se fracassarem, a Ucrânia terá de realizar sua terceira eleição legislativa em três anos.

O debate sobre a presença naval russa em território ucraniano se intensificou depois da recente intervenção militar da Rússia na vizinha Geórgia, para proteger a região separatista da Ossétia do Sul. Agora, há discussões sobre o latente sentimento russófilo na Criméia, uma região onde há grande população de origem russa. Sebastopol, na península da Criméia, abriga a frota russa do mar Negro há 225 anos, embora o pró-ocidental presidente da Ucrânia, Viktor Yushchenko, - que rompeu a aliança com a premiê ucraniana - já tenha se manifestado contra a renovação da concessão, que vence em 2017. A Marinha russa poderia transferir as operações para uma outra base que está em construção, mas esta é menos adequada do que Sebastopol.

"Temos que manter a vigência do acordo até 2017, já que foi firmado pelos dois países e posteriormente fazer da Ucrânia um país livre de qualquer base militar", afirmou Yulia em coletiva de imprensa. Moscou pretende manter a base na Criméia, e diz que apresentará novas "propostas" para tentar convencer Kiev, segundo afirmou o ministro da Defesa russo, Anatoli Serdiukov, na terça-feira.

A presença russa na Ucrânia é bastante forte - mais de 50% dos ucranianos falam russo e um quinto da população do país é de russos. A maioria vive na parte oriental do país, mais rica e urbanizada. A Criméia foi considerada parte da Rússia até 1954, quando, em um "ato de boa vontade", foi cedida a Kiev pelo líder soviético Nikita Kruchev, nascido na Ucrânia. No entanto, após o colapso da União Soviética, os dois países passaram a brigar pela posse do território. O conflito foi resolvido em 1997 por meio de um acordo no qual Moscou se comprometeu a pagar US$ 98 milhões por ano, até 2017, para poder usar a base de Sebastopol.

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Frota russa de Sebastopol se deslocaria para Síria

Fonte: Pravda

O Comandante da Marinha de Guerra da Rússia, Vladimir Vysotski, tem intenções de aumentar a presença militar russa naval baseada agora na cidade ucraniana de Sebastopol, e reflexiona sobre o projeto de deslocar a Frota do Mar Negro (FMN) à bacia do Mediterrâneo depois de 2017, sem esperar a tomada da decisão política correspondente.

Segundo uma publicação da agência russa RBK os expertos militares consideram como sensata a idéia de deslocamento da Frota, mas acreditam de populista a declaração sobre o aumento do número de navios em Sebastopol.

“ A idéia de colocar no Mar Negro até 100 navios de guerra daqui a uns 20 anos, é absurdo, pois, não os temos e, provavelmente, seja dificil os construir ”, disse o presidente da Academia de Problemas Geopolíticos, Leonid Ivashov. “mas daqui a dois décadas a Rússia poderia perder a base principal em Sebastopol, é uma realidade ”, comentou o experto.

Mas almirante insiste que a bacia do Mediterrâneo seja uma das sedes mais prováveis da Frota russa do Mar Negro. “ Rússia pode criar lá uma base naval”, declarou Vysotski e agregou que o país “ tem interesses estratégicos nos oceanos mundiais”.

Os expertos apóiam a idéia de deslocar a base naval da cidade ucraniana Sebastopol ao Mediterrâneo. “Mas, de momento, a presença russa em esta bacia é mínima. Falo do porto Tartus em Síria. Até agora se encontra neste porto só um navio de manutenção técnico”, disse Ivashov.

O deslocamento da FMN é um projeto factível , mas uma parte de navios deve permanecer no Mar Negro para proteger o litoral do país. “ Examinamos todas as possibilidades, acho que os navios ligeiros ficarão em Novorossiysk ( a cidade russa), enquanto os pesados serão deslocados ao porto sírio Tartus , onde será construída uma base naval russa,” opina o Chefe do departamento analítico do Instituto de Análise Político e Militar, Alexandr Jramchijin.

Desde a época soviética se encontra em Tartus o centro de manutenção e de apoio logístico para Armada russa.; Neste momento se localizam lá uma dezena de navios de guerra da FMN e três bases amarradores flutuantes. Os especialistas russos estão ampliando o porto e construem uma base amarradora na vizinha cidade de Latakia. Em futuro próximo o centro de manutenção poderia obter o nível da base naval.