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Base das Lajes pode acolher campo de treinos de caças norte-americanos

A afirmação foi proferida pelo responsável pelo Comando Aéreo dos Açores, Mora de Oliveira.

Fonte: Jornal Diário Portugal

O comandante do Comando Aéreo dos Açores, Mora de Oliveira, avançou que estão a ser avaliados os impactos de um aumento do tráfego aéreo militar junto da Terceira, no sentido de se saber até que ponto a população local pode ser afectada.

O processo de início da avaliação da exequibilidade de um campo de treinos de caças norte-americanos sobre águas territoriais portuguesas iniciou-se em Setembro do ano passado, quando a Força Aérea Portuguesa (FAP) e a United States Air Force Europe (USAFE) mantiveram uma reunião, em que “os americanos explicaram os requisitos necessários”, revela Mora de Oliveira.

Foram também já celebrados encontros de trabalho entre a NAV-EPE (empresa pública dependente do Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, responsável pelas infra-estruturas de controlo áereo civil em Portugal) e a USAFE, surgindo daí um relatório já entregue ao adido militar e aeronáutico da embaixada norte-americana, em Lisboa. No documento são explicados os constrangimentos pelo facto de “esta zona ser altamente povoada pela aviação comercial”, assim como “o impacto que teria o campo de treinos”. De acordo com dados já divulgados, “a USAFE aceitou as condições”.

Para o Major-general “a Base das Lajes é estrategicamente importante no contexto do Atlântico Norte”, salientando que este é “o primeiro ponto de apoio que os aliados possuem no meio do atlântico, entre a América e a Europa”, tendo mesmo condições para “receber o Space Shuttle e qualquer outra aeronave”. De acordo com Mora de Oliveira, a actividade das Lajes apresenta picos de actividade, “como foi o caso do Kosovo em 1999 ou do Iraque em 2003”, tendo desempenhado sempre a sua função de apoio estratégico internacional.

Afirmando que “ainda está longe o tempo dos supersónicos” poderem “atravessar o atlântico sem necessidade de reabastecer”, o comandante do Comando Aéreo dos Açores afirma que “as forças norte-americanas necessitam das Lajes, não só para aterrar para descanso das tripulações, como para manter reabastecedores que fazem o reabastecimento das aeronaves no ar».

Mora de Oliveira refere “ter expectativas” quanto “à valorização da base e à sua visibilidade como campo de treinos para os F-22”, já que a pista de quatro quilómetros irá agora receber obras de manutenção profunda, o que já não sucedia desde 1987.

Os custos serão percentualmente repartidos entre Portugal e os EUA, diz Mora de Oliveira, conforme dita o acordo técnico assinado entre os dois países.

Refira-se que na Base das Lajes trabalham diariamente 689 militares norte-americanos e 333 militares portugueses, sendo que o destacamento norte-americano emprega 777 portugueses nas mais variadas funções e serviços.