A China quer vender a sua versão dos S-300 russos (com partes dos Patriot)

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A China está a tentar comercializar no mercado internacional os mísseis terra-ar HQ-9. Os sistemas estão a ser comercializados sob a designação FD-2000, tendo aparecido assim na recente exposição internacional “African Ground Force Equipment Exhibition”, na Cidade do Cabo, África do Sul e na “Defense Exhibition”, no Paquistão, em novembro de 2008.

A China tem varias brigadas destes mísseis no seu território, tendo cada uma um veículo de comando, seis veículos de controlo, 6 veículos de radar de alvo, 6 “search-target”, 48 veículos lança-mísseis e um total de 192 mísseis.

Sabe-se que o sistema resulta da adaptação local de componentes de mísseis S-300PMU2 russos e de outros obtidos no mercado negro que pertenceram a sistemas norte-americanos MIM-104 Patriot.

Por exemplo, o sistema de controlo do HQ-9 é idêntico ao do míssil norte-americano, mas o sistema de propulsão assemelha-se ao russo, assim como o seu aerodinamismo, as aletas de controlo, a tecnologia dos lançadores, os sistemas de controlo, etc. Há suspeitas que parte da tecnologia dos Patriot foi cedida por Israel, como antes terá aliás também acontecido com o “F-16″ israelita, o Laavi, que após ter sido cancelado reaparecia como o J-10 chinês…

O alcance de 125 km é notável, ainda que inferior aos 150 km do S-300PMU1 russo ou aos impressionantes 200 km do PMU2, mas superior ao alcance dos Patriot. A qualidade dos radares será talvez a maior fragilidade deste sistema chinês, já que é reputadamente inferior aos sistemas russos e norte-americano.

Com estas limitações, é improvável que a China consiga exportar estes sistemas a um cliente mais exigente, mas o mesmo não se pode dizer de muitos países africanos ou do Médio Oriente, que parecem ser o foco da atenção chinesa, como demonstra a sua presença nestas exposições.

A existência deste míssil revela aquilo que os chineses são capazes de fazer uma vez que obtenham transferencias de tecnologia: aproveitam-nas e pouco depois, comercializam-nas, retirando mercado aos incautos (geralmente russos) que confiaram neles.

Reflecte também a sua vontade em exportar armas para alguns dos locais mais perigosos do mundo e a sua ausência de escrúpulos em exportar sofisticados sistemas de armas para países como o Irão e o Sudão, dois países que provavelmente os irão comprar para defesa contra eventuais ações militares dos EUA… E são para estes uma razão adicional de preocupação, já que ainda que não sejam tão eficientes como os S-300 podem em ataques de saturação, causas baixas muito significativas… Por fim, a confirmarem-se os rumores da cedência de tecnologia Patriot… Israel deveria ser parceira e cliente do F-35? Não, a menos que se queira que a próxima geração de caças de 5a geração chinesa incorpore a sua tecnologia