Restos da frota russa afundada em Port Arthur

A Guerra Russo-Japonesa de 1904-1905

By Vinna

A Guerra Russo-Japonesa (em japonês 日露戦争, transl. Nichi-Ro Sensō, em russo Ру́сско-япо́нская война́, transl. Rúska-Yapónskaya Vainá) foi uma guerra entre o Império do Japão e o Império Russo que disputavam em 1904 e 1905 os territórios da Coréia e da Manchúria.

Após o Tratado de Shimonoseki, os russos obrigaram os japoneses a restituir Porto Arthur, as tropas russas que ocuparam o território e o usaram como cabeça de ponte rumo à expansão pela Manchúria.

Vários acordos diplomáticos foram tentados, então os japoneses re-tomaram posse do porto, que derrotaram os Russos em uma grande batalha naval.

Battleship/Couraçado IJN Mikasa - Nau capitânia da Frota Japonesa

No confronto terrestre o Japão teve uma larga vantagem em contingente de soldados, enquanto a tropa Russa contava com 80.000 mil soldados mal preparados, os japoneses possuía 270.000 mil soldados treinados e equipados. O Japão fez uso de uma moderna frota de navios menores, mas com grande mobilidade e poder de fogo muito superior aos pesados e antigos navios russos. Desta forma a Marinha japonesa impôs uma derrota humilhante ao inimigo.

O almirante Togo na ponte do Couraçado Mikasa, no início da batalha de Tsushima, em 1905.

Na batalha naval final denominada Batalha de Tsushima (em japonês: 対馬海戦, tsushima-kaisen, em russo: Цусимское сражение, Tsusimskoye srazheniye), vulgarmente conhecida como a "Batalha Naval do Mar do Japão" (japonês:日本海海戦, nihonkai-kaisen) no Japão e como a "Batalha do Estreito de Tsushima" em outros locais, foi a última e mais a decisiva batalha naval da Guerra Russo-Japonesa de 1904-1905. Foi travada em 2728 de maio de 1905 (14-15 de maio no calendário juliano então em uso na Rússia) no Estreito de Tsushima. Nesta batalha a armada japonesa sob o comando do almirante Heihachiro Togo destruiu dois terços da armada russa sob o comando do almirante Zinovy Rozhestvensky. O historiador Edmund Morris chamou-a de a maior batalha naval desde Trafalgar. Foi o maior enfrentamento naval da era dos couraçados pré-dreadnought.

Battleship Tsesarevich

Os russos enviaram 38 belonaves ao território japonês, 27 foram postas a pique, no outro dia o saldo da batalha foi: Russos 4.380 mortos, 1.862 feridos, 5.917 prisioneiros, enquanto o Japão teve perdas insignificantes em relação as baixas russas, 117 mortos e 583 feridos.

Foi a única batalha marítima da história em que os couraçados tiveram uma ação decisiva dentro da armada. Além disso, deve-se levar em consideração a viagem sem precedentes da armada Imperial Russa, comandada pelo almirante Rozhestvensky que navegou mais de 33.000 quilômetros (18.000 milhas náuticas) para chegar a sua estação no Extremo Oriente.

Antes da Guerra os países construíam seus couraçados com baterias mistas de canhões de 150 mm (6 polegadas), 203 mm (8 polegadas), 254 mm (10 pol.) e 305 mm (12 pol.), com a intenção de que estes couraçados atuassem na linha de batalha em uma área restrita. A batalha demonstrou que grandes canhões com alcances mais longos eram mais vantajosos durante as batalhas navais do que baterias mistas de diferentes tamanhos.

Battleship/Couraçado IJN Mikasa

Comparar com os navios Russos de projeto Francês muito mais pesados e lentos

(classe Borodino mais abaixo)

Essa foi a primeira vez que um país europeu foi superado militarmente por uma nação asiática. O Japão sempre foi um país de tradições militares, e que apesar de enfrentar severas crises econômicas, já havia modernizado suas forças armadas na virada do século.

A defasagem russa de cerca de uma década na concepção dos projetos, na tecnologia utilizada, nas inovações metalúrgicas, siderúrgicas e mecânicas e mesmo nos conceitos militares logísticos e táticos, deram aos então considerados “pesados” e lentos pré-encouraçados desenvolvidos para a Armada russa, uma desvantagem considerável, frente aos possíveis e superiores adversários potenciais na corrida expansionista e imperialistas do início do século XX.

O couraçado Tsesarevich, juntamente com os planos de construção de couraçados do tipo pré-dreadnought de projeto francês, que se traduziram nos couraçados da classe Borodino, construídos em estaleiros russos e que foram todos tragicamente perdidos na guerra de 1904/1905 contra os japoneses. Até então a maior compra de armamento feita por aquele país à França.

Estes foram fatores de contribuição fundamental - apesar de em hipótese alguma serem as únicas - para explicar a derrota russa nas batalhas navais do Mar Amarelo (agosto de 1904) e de Tsushima (maio de 1905) - também chamadas muitas vezes pejorativamente pelos russos de Tsusimy, Tsumiskogo ou Tsusimskoye srazheniye (Позора Цусимы, Цусимского ou Цусимское сражение - que podem ser traduzidas em sentido como a forma diminutiva de Tsushima, "Batalha de Tsushima", “Vergonha de Tsushima” ou "Batalha Naval do Mar Japonês”) - contra a Força Tarefa da Armada Imperial do Japão, sob o comando do Almirante Heihachiro Togo (1846-1934).

A guerra contribuiu para agravar a crise Russa em seu regime o regime político do czar Nicolau II da Rússia foi abalado por uma série de revoltas em 1905, envolvendo operários, camponeses, marinheiros (como a revolta no couraçado Potemkin) e soldados do exército. Greves e protestos contra o regime absolutista do czar explodiram em diversas regiões da Rússia. Os líderes socialistas procuraram organizar os trabalhadores em conselhos (os soviets), nos quais se debatiam as decisões políticas a serem tomadas. As revoltas posteriormente desencadearam a Revolução Russa de 1917.

Teatro de operações da Guerra Russo-Japonesa.

O Tratado de Portsmouth, formalmente encerrou a Guerra Russo-Japonesa de 1904-1905. Foi assinado em 5 de setembro de 1905 após as negociações no Estaleiro Naval de Portsmouth, perto de Portsmouth, New Hampshire, Estados Unidos.

Os delegados que assinaram o tratado de paz foram Sérgio Witte e Roman Rosen da Rússia, e Komura Jutaro e Takahira Kogoro do Japão. Fyodor Martens e outros diplomatas das duas nações hospedaram-se em New Castle, New Hampshire no Hotel Wentworth (onde o armistício foi assinado), e foram transportados de balsa através do rio Piscataqua para as negociações mantidas na base localizada em Kittery, Maine.

De acordo com esse tratado, o Japão e a Rússia concordaram em evacuar a Manchúria e devolver a soberania à China. Mas o Japão obteve a península de Liaodong (onde se encontravam Porto Arthur e Talien), e o sistema de ferrovias russo na Manchúria meridional com acesso a recursos estratégicos. O Japão também recebeu a metade meridional da ilha de Sacalina da Rússia. Apesar, do Japão ter ganhado muito com o tratado, não foi o tanto que a opinião pública japonesa esperava, já que a posição inicial japonesa reclamava toda a Sacalina e uma indenização. Essa frustração causou os tumultos de Hibiya, e provocou a queda do gabinete de Katsura Taro em 7 de janeiro de 1906.

Theodore Roosevelt foi o mediador das negociações, pelo que obteve o Prêmio Nobel da Paz em 1906. Ambas as partes buscavam a paz; os russos haviam sido repetidamente derrotados e os japoneses sofriam consideráveis dificuldades financeiras.