EUA abrem terceira frente antiterrorista no Iêmen

Fonte: AFP

O governo dos Estados Unidos abriu de modo sigiloso uma terceira frente contra a rede terrorista Al-Qaeda no Iêmen, informa o site do jornal The New York Times.

A Agência Central de Inteligência (CIA) americana enviou há um ano vários agentes com experiência antiterrorista ao país na península Arábica, destaca o jornal.

Ao mesmo tempo, agentes de elite começaram a treinar as forças de segurança do Iêmen.

O Pentágono gastará mais de 70 milhões de dólares durante os próximos 18 meses e utilizará equipes das forças especiais, com o objetivo de treinar e equipar os militares, policiais e a guarda costeira iemenitas, dobrando o nível da ajuda ao país, completa o jornal.

O Iêmen voltou a chamar a atenção dos Estados Unidos depois que um jovem nigeriano que tentou explodir um avião no dia de Natal confessou ter sido treinado neste país.

A Casa Branca busca uma aliança com o governo do presidente do Iêmen, Ali Abdullah Saleh, para obter a ajuda do mesmo no combate à Al-Qaeda na Península Arábica, completa o NYT.







EUA sabiam tudo mas não agiram

Fonte: Correio da Manhã/Portugal - Por: F. J. Gonçalves com agências


As autoridades dos EUA tinham sido alertadas para a iminência de um atentado levado a cabo por "um nigeriano", mas, devido a falhas graves de comunicação, não agiram a tempo de evitar a entrada de Abdulmutallab no avião da Northwest Airlines que esteve em risco de se despenhar no dia de Natal, referiu ontem a imprensa dos EUA.

O presidente Barack Obama admitiu terça-feira a existência de "uma cadeia de falhas inaceitáveis" das agências de segurança, mas ontem o ‘The New York Times’ e outros jornais referem que a CIA ignorou demasiadas coisas, por exemplo conversas na internet entre líderes da al-Qaeda que referiam um nigeriano pronto para levar a cabo um atentado.

Acresce que o radicalismo do nigeriano Abdulmutallab tinha sido denunciado à CIA pelo próprio pai, o banqueiro milionário Umaru Mutallab.

Para piorar o cenário, os alertas foram levados em conta e o suspeito foi referenciado como islamista radical. No entanto, o seu nome foi incluído numa lista de cerca de 500 mil suspeitos, o que levou as agências de segurança a não ligarem o nome aos outros indícios surgidos recentemente.

Para culminar a cadeia de erros, o centro de combate ao terrorismo não incluiu Abdulmutallab na lista negra, levando o Departamento de Estado a não anular o visto de entrada nos EUA que já lhe permitira visitar o país em 2004 e 2008 e que agora o colocou em posição ideal para matar 300 pessoas a bordo de um avião entre Amesterdão e Detroit.

HOLANDA VAI USAR SCANNERS

Na sequência das falhas que permitiram a um terrorista passar os controlos e entrar, em Amsterdão, num avião rumo aos EUA, a Holanda anunciou que começará a utilizar scanners corporais no aeroporto de Schipol "dentro de três semanas". Os visados pelo aparelho, que vê o corpo das pessoas como se estivessem sem roupas, serão os passageiros de voos para cidades norte-americanas. Uma vez que o suspeito era nigeriano, o seu país anunciou que comprará também aparelhos desses para usar nos aeroportos internacionais. Por fim, debate-se nos EUA o alargamento da cooperação militar e de espionagem com o Iémen, país que serve de base à al-Qaeda da Península Arábica, o ramo da rede terrorista que reivindicou o atentado frustrado.

PORMENORES

ENTRE DOIS EXTREMOS

"Quero falar do meu dilemaentre liberalismo e extremismo", escreveu Abdulmutallab na net: "Como se poderá conseguir o equilíbrio certo?"

FANTASIAS RADICAIS

Após meses de treino no Iémen, o terrorista escreveu: "Sonho com o momento em que a Jihad vence e os muçulmanos governamo mundo inteiro e restabelecemo maior de todos os impérios."

SOLITÁRIO ATORMENTADO

A radicalização parece ter sido a resposta a uma solidão insuportável. Aos 18 anos escreveu: "Não tenho um único amigo, ninguém com quem falar, ninguém que me dê conselhosou me apoie quando me sintosozinho e deprimido."

ADEPTO DO LIVERPOOL

Antes da aproximação ao radicalismo islâmico, Abdulmutallab entregava-se à paixão pelo futebol e pelo Liverpool, que comparava sempre em tons elogiosos perante rivais como o Arsenal.



EUA enviam 12 detentos de Guantánamo para seus países de origem

Fonte: Reuters - Via O Globo

Doze detentos foram transferidos da prisão americana de Guantánamo, em Cuba, para o Afeganistão, Iêmen e o enclave separatista Somaliland, na Somália, informou o Departamento de Justiça dos EUA no domingo.

Seis iemenitas e quatro afegãos foram enviados durante o fim de semana para seus países de origem, enquanto dois somalis foram transferidos aos cuidados de autoridades regionais da Somaliland, uma área autônoma dentro da Somália.

As transferências são mais um passo no plano do governo Obama de fechar a prisão de Guantanamo até o mês que vem, mas esse prazo limite não deverá ser respeitado, já que existem grandes obstáculos políticos e diplomáticos à frente.

Após essas tranferências, ainda estão detidas em Guantanamo 198 pessoas. Algumas delas serão julgadas nos Estados Unidos, mas outras devem ser enviadas para outros países.

Há preocupações nos EUA de que algumas dessas pessoas que estão sendo transferidas possam se reintegrar a grupos coordenados pela al-Qaeda, o que o governo tenta dissipar.

"Essas transferências foram feitas em meio a acordos entre os Estados Unidos e autoridades estrangeiras relevantes para assegurar que ocorram em segurança", informou o Departamento de Justiça americano.


EUA investigam ligações entre ex-detentos e voo 253

AE - Agencia Estado

Funcionários dos Estados Unidos estão investigando possíveis ligações entre o ataque fracassado contra um avião americano no Natal (o voo 253) e ex-detentos da prisão da base naval de Guantánamo. Acredita-se que os ex-detentos em questão sejam líderes de um grupo ligado à rede terrorista Al-Qaeda no Iêmen, informa o ''Wall Street Journal''.

Documentos do Departamento de Defesa dos EUA liberados no começo deste ano mostram que Said Ali Al-Shihri e Mohammed Al-Awfi, libertados de Guantánamo em 2007, podem agora ser líderes da Al-Qaeda na Península Arábica, o grupo iemenita que ontem assumiu a responsabilidade para tentativa de explodir o voo 253 da Northwest Airlines, que viajou de Amsterdã a Detroit.

O nigeriano de 23 anos Umar Faourk Abdulmutallab, acusado de tentar derrubar o avião em 25 de dezembro, disse aos investigadores que ele recebeu o explosivo de integrantes da Al-Qaeda no Iêmen. Investigadores ainda tentam verificar a declaração, embora agentes tenham dito que operam sob a assertiva de que a declaração do nigeriano é verdadeira.

As possíveis ligações entre ex-detentos de Guantánamo e a tentativa de derrubar o avião intensificaram as críticas ao esforço da administração Obama de fechar a prisão na base de Guantánamo, em Cuba. Shihri e Awfi foram soltos em 2007 na Arábia Saudita, o país natal dos dois, como parte um projeto do governo da Arábia para erradicar o extremismo, mas desapareceram rapidamente após cumprir o programa. Agora acredita-se que Shihri seja um vice-líder da Al-Qaeda na Península Arábica no Iêmen. Awfi reapareceu em janeiro num videoclipe da Al-Qaeda, no qual vestia um cinturão de balas e era apresentado como um comandante de campo da organização terrorista, de acordo com a Associated Press.