Avião funciona por controle remoto e tem câmeras para grandes altitudes.

Polícia Federal usa três equipamentos iguais desde julho do ano passado.

A Força Aérea Brasileira (FAB) apresentou nesta segunda-feira seu primeiro Veículo Aéreo Não-Tripulado (Vant). A demonstração da aeronave foi feita na Base Aérea de Santa Maria (RS), com as presenças do Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro-do-Ar Juniti Saito, e de representantes do Exército e da Marinha.

O equipamento em avaliação é o Hermes 450, fabricado pela empresa israelensa Elbit Systems. A produção do avião não-tripulado tem a participação de uma subsidiária no Brasil, a empresa Aeroeletrônica, de Porto Alegre. "Nosso objetivo é aprender com as Forças Armadas quais são as necessidades futuras para a operação do Vant no Brasil. Apoiamos o projeto a fim de criar em Santa Maria um centro de excelência em Vant no Brasil", afirmou Vitor Jaime Neves, diretor-executivo da Aeroeletrônica.

O Vant mede 6 m de comprimento e 10 m de envergadura (da ponta de uma asa a outra). Voa a 110 km/h, pode atingir cerca de 5 mil metros de altitude e permanecer por mais de 15 horas em voo.

O equipamento chegou ao País em 9 de dezembro do ano passado e, ao longo do mês de janeiro, militares da FAB iniciaram o seu treinamento com o apoio de especialistas israelenses.

A FAB espera concluir a etapa de avaliação até o final do ano. Nesse período, também participarão do Grupo de Trabalho representantes do Exército e da Marinha.

"Além de ser uma aeronave de grande autonomia com baixo custo de aquisição e operação, ainda propicia informações em tempo real com risco humano inexistente pelo fato de não ser tripulado. Essa novidade tecnológica, até então adotada por outras nações, hoje se faz realidade em nosso País", disse o Comandante do Comando-Geral de Operações Aéreas (COMGAR) Tenente-Brigadeiro-do-Ar Gilberto Antonio Saboya Burnier.

Polícia Federal já opera aviões não-tripulados

Em outubro do ano passado, a Polícia Federal arrematou 15 aeronaves não-tripuladas para fazer a vigilância da Amazônia e sobrevoar as favelas. Controlados à distância, os equipamentos da empresa israelense IAI (Israel Aerospace Industries) foram comprados por R$ 345 milhões.

Os aviões do modelo Heron são usados por órgãos de defesa de países como EUA e Canadá. No Brasil é usado para mapear e monitorar todo o território nacional.

Com 16 m de envergadura e uma autonomia de vôo de 36 horas, os "aviões espiões" da Polícia Federal são capazes de enxergar túneis subterrâneos e monitorar o contrabando de armas, o tráfico de drogas e os grupos armados nas fronteiras e nas favelas.

O diretor-geral da PF, Luiz Fernando Corrêa, explicou em setembro de 2009 que as aeronaves permitem a identificação de pessoas até mesmo em baixo da copa das árvores, após a emissão de um tiro, pelo calor gerado. Também serão capazes de interagir com satélites.

Equipamento tem câmeras e pode voar a cinco mil metros de altitude

Militares receberam treinamento para operar avião não tripulado

Avião tem autonomia para voar por 15 horas sem precisar abastecer

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Inspirados nas bombas voadoras alemãs e em aeromodelos rádio-controlados, foram criados na década de 50 diversos modelos de aeronaves remotamente pilotadas (ARP), ou VANTs.

A evolução das tecnologias de miniaturização, enlace de dados e controle devoo impulsionou esses sistemas, tornando-os imprescindíveis nos cenários atuais.

Controlados por meio de sofisticados computadores e sistemas de enlace de dados, esses equipamentos podem ser empregados em diversas missões: reconhecimento, designação laser de alvos, controle de tiro, busca, vigilância urbana, costeira e de fonteiras, entre outras.

Suas principais características são: grande autonomia de voo, baixo custo operacional, fácil integração nos processos de comando e controle, baixo registro em radares (difícil de deser detectado) e a disponibilização de dados em tempo real.

Fontes: Terra / Alagoinhas Notícias - Foto: Divulgação/FAB / Lauro Alves (Agência RBS/Agência Estado) - Noticias Sobre Aviação