Lixo e objetos metálicos na praia de Maragogi, em Alagoas, dificultam o trabalho das equipes da Capitania dos Portos que pretendem retirar seis minas marítimas enterradas no local. A suspeita é que os objetos tenham ido parar na região após a Segunda Guerra Mundial.
Os detritos metálicos atrapalham a localização dos artefatos explosivos. O capitão dos Portos de Alagoas, Andre Pereira Meire, explicou ao G1 que foi confirmada a presença de gases explosivos na região, o que comprovaria a existência de material explosivo abaixo do solo.
“Vimos que na areia da praia há uma série de objetos metálicos, como latas de refrigerante e esse tipo de coisa. O detector de metais é muito sensível e aponta qualquer objeto metálico que estiver entre a superfície e até cerca de meio metro de profundidade. É quase como procurar uma agulha em um palheiro”, afirma Meire.
As equipes começaram a trabalhar na terça-feira (5) e, até a tarde desta quinta-feira (7), ainda não tinham encontrado o primeiro artefato. “Já iniciamos também a procura pelo segundo, que também estaria em uma praia, mas encontramos o mesmo problema. Apesar de ser um lugar quase deserto e ficar distante da área urbana, há muitos objetos metálicos na areia.”
Por causa do excesso de metais, a Capitania dos Portos vai usar somente o aparelho que detecta gases para delimitar a área específica, sem a ajuda do detector de metais. Os técnicos pretendem fazer a medição no final da madrugada de sexta-feira (8), por volta de 5h, quando o vento é menor.
Duas minas estão localizadas em praias afastadas, mas quatro objetos estariam na área urbana de Maragogi. A procura na cidade terá início no dia 13 de outubro.
Ajuda de pescador
A escavação que busca a primeira mina já alcança 2,5 metros de profundidade em uma área de aproximadamente 49 metros quadrados.
Um pescador que vive na região ajuda a Capitania dos Portos a procurar as minas. “Ele se lembra de quando o mar empurrou os artefatos para praia e eles permaneceram lá durante anos, sendo cobertos pela ação da natureza”, disse Meire.
Depois de retiradas da areia, as supostas minas serão levadas em caminhões, dentro de caçambas, para um local de detonação distante da cidade. O objetivo é promover a queima controlada do explosivo sem a explosão do equipamento. A Capitania dos Portos pretende identificar a origem das minas através da carcaça.
Fonte: G1