Uma lista com nomes confirmados de judeus mortos pelos nazistas na Segunda Guerra Mundial chegou à marca de quatro milhões de pessoas, anunciou o Museu do Holocausto de Israel nesta terça-feira, afirmando que a identidade de todos os seis milhões de mortos talvez nunca seja conhecida.

- É um imperativo moral, uma obrigação nossa recuperar informações e relembrar todo indivíduo que desapareceu - disse Avner Shalev, presidente do Museu e Memorial do Holocausto Yad Vashem, de Jerusalém. - Ao fazer isso, muito material importante aparece em nossa pesquisa para ajudar a combater a negação do Holocausto.

O Yad Vashem procurou em meio a "milhões de ocorrências de nomes" ao longo de quase seis décadas de pesquisa e registros de testemunho de sobreviventes.

Ao anunciar que a organização confirmara a identidade de quatro milhões dos judeus que morreram, Shalev afirmou duvidar que os nomes de todos os seis milhões venham a ser conhecidos algum dia, embora tenha salientado que o número é preciso.

- Não acredito que chegaremos ao último nome - disse Shalev, ressaltando a dificuldade de verificar se crianças pequenas morreram ou sobreviveram e de outras vítimas executadas sem registro em campos da morte em toda a Europa durante a guerra.

Avanços tecnológicos ajudaram a dobrar identificações desde 1999

Fundado no começo dos anos 1950, o Yad Vashem redobrou seus esforços para identificar as vítimas nos últimos anos, em parte para contestar os detratores, como o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, que nega publicamente e questiona se o Holocausto de fato ocorreu.

Shalev afirmou que os quatro milhões de nomes verificados pelo Yad Vashem até agora são o dobro do que a instituição havia confirmado até 1999. Avanços na tecnologia de computação aceleraram o processo de identificação das vítimas, assim como um aumento no fluxo de informação proveniente da Europa do Leste, onde a maioria dos judeus do continente morreu.

Shalev afirmou esperar que os pesquisadores identifiquem ao menos cinco milhões de vítimas dentro de alguns anos. Ele afirmou que o número de seis milhões é baseado em contagens de censos anteriores à guerra feitos por judeus que moraram em cidades específicas onde a maioria foi deportada para campos da morte ou executada de outras maneiras.

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Muitas dessas listas, por sua vez, foram checadas com milhões de páginas de testemunhos de sobreviventes feitas ao longo dos anos e registros de prisioneiros, entre outros materiais de arquivo do Yad Vashem.

Fonte: O Globo