A Embraer inaugurou ontem sua primeira fábrica nos Estados Unidos, na cidade de Melbourne, na Flórida, onde vai montar, inicialmente, jatos executivos Phenom 100 - quer têm capacidade para seis ocupantes, incluindo o piloto. Segundo o presidente da Embraer, Frederico Curado, com a unidade, a fabricante brasileira cumpre o objetivo de levar as operações para perto dos clientes e do maior mercado da companhia.

De acordo com Curado, muitos dos equipamentos usados na fabricação das aeronaves são dos EUA. "Faz todo sentido ter uma fábrica aqui", explicou. Parte dos materiais serão enviados do Brasil para a montagem dos aviões. Os investimentos da nova unidade somaram cerca de US$ 50 milhões. A unidade também abrigará o centro mundial de atendimento ao consumidor.

Segundo o presidente da Embraer, a fábrica deve atender o mercado dos Estados Unidos, mas também exportações. Curado disse que o local foi construído ainda para produzir a linha Phenom 300 - jatos executivos maiores, com capacidade para nove ocupantes. "Vamos introduzir a linha Phenom 300 dependendo da evolução dos investimentos, e também vamos ouvir nossos clientes", disse.



A nova fábrica tem capacidade para produzir até 80 jatos por ano. A produção deve começar em meados deste ano e o primeiro jato deve ser entregue até o final de 2011. A estimativa é de produzir 30 jatos em 2012 e 60 em 2013. A fábrica deve empregar cerca de 200 empregados, 18 deles ex-funcionários altamente qualificados da Nasa. Todo o processo até a inauguração da planta levou três anos.

Concorrência. Os planos da Embraer para os EUA não param aí. Se vencer uma licitação para fornecer aviões leves de combate para o Departamento de Defesa do país, o que deve ser decidido por volta de junho, a companhia terá também outra unidade em Jacksonville, na Flórida. "Nossos planos para os EUA não são de curto prazo, são de longo prazo", disse Curado.

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Mas o executivo reconhece que essa é uma disputa difícil, uma vez que seu principal concorrente é uma empresa americana, a Hawker Beechcraft. "Achamos que temos o avião (o modelo Super Tucano) perfeito para a missão que eles querem. Mas temos de entender que também é uma decisão política."

Se vencer a disputa, a Embraer vai fornecer até 200 aviões leves de combate ao Departamento de Defesa, num contrato de cerca de US$ 950 milhões, com início da produção prevista para 2012.

Curado disse também que ainda não há uma definição sobre o fechamento da fábrica da empresa na China - uma joint venture com a chinesa Avic. "A vontade dos dois sócios é continuar, mas quem vai decidir é o governo chinês", disse.

Fonte: Estadão