Os caças-bombardeiros F16 e o navio de guerra belga que se encontram na base militar de Araxos, no sudoeste da Grécia, poderiam participar a partir de segunda-feira da operação militar internacional contra a Líbia, indicou o ministro de Defesa belga, Pieter De Crem. A Bélgica, que conta com seis caças-bombardeiros nessa base, também poria à disposição da coalizão internacional cerca de 250 militares, explicou De Crem, em entrevista concedida neste domingo a várias emissoras de televisão do país.

O ministro considerou que a operação militar realizada pela coalizão internacional contra o regime de Muammar Kadafi "pode ser considerada uma guerra" e acrescentou que as ações poderiam durar semanas. De fato, segundo ele, os meios que a Bélgica mobilizou em favor da coalizão estarão disponíveis em princípio por um período de seis meses.

De Crem considerou que, levando em conta a personalidade e o passado de Kadafi, suas ameaças contra alvos civis no Mar Mediterrâneo deveriam ser levadas "muito a sério". Ele afirmou ainda que o objetivo fundamental da operação internacional é levar Kadafi ao Tribunal Penal Internacional de Haia e permitir o povo líbio a preparar o período posterior ao regime.

Cindida entre rebeldes e forças de Kadafi, Líbia mergulha em guerra civil
Motivados pela onda de protestos que levaram à queda os longevos presidentes da Tunísia e do Egito, os líbios começaram a sair às ruas das principais cidades do país em meados de fevereiro para contestar o líder Muammar Kadafi, no comando do país desde a revolução de 1969. Entretanto, enquanto os casos tunisiano e egípcio evoluíram e se resolveram principalmente por meio protestos pacíficos, a situação da Líbia tomou contornos bem distintos, beirando uma guerra civil.

Após semanas de violentos confrontos diários em nome do controle de cidades estratégicas, a Líbia se encontrava atualmente dividida entre áreas dominadas pelas forças de Kadafi e redutos da resistência rebeldes. Mais recentemente, no entanto, os revolucionários viram seus grandes avanços a locais como Sirte e o porto petrolífero de Ras Lanuf serem minados no contra-ataque de Kadafi, que retomou áreas no centro da Líbia e se aproxima das portas de Benghazi, a capital da resistência rebelde, no leste líbio.

Essa contra-ofensiva governista mudou a postura da comunidade internacional. Até então adotando medidas mais simbólicas que efetivas, ao Conselho de Segurança da ONU aprovou em 17 de março a determinação de uma zona de exclusão aérea na Líbia. Menos de 48 horas depois, enquanto os confrontos persistiam, França, Reino Unido e Estados Unidos iniciaram ataques. Mais de mil pessoas morreram, e dezenas de milhares já fugiram do país.

Fonte: Terra