A Casa Branca divulgou uma foto de uma tenda à prova de escuta que o presidente americano, Barack Obama, usou quando esteve no Brasil para manter discussões seguras com seus auxiliares sobre a operação militar na Líbia.
Segundo o correspondente da BBC em Washington Rajini Vaidyanathan, esta foi uma das raras ocasiões em que o governo dos EUA divulgou imagens de uma dessas tendas, instalações para troca de informação confidencial batizadas de Sensitive Compartmented Information Facility (SCIF, na sigla em inglês).
A Casa Branca divulgou uma foto de uma tenda à prova de escuta que o presidente americano, Barack Obama, usou quando esteva no Brasil para manter discussões seguras com seus auxiliares sobre a operação militar na Líbia.
As SCIFs são tidas como os locais mais seguros do mundo para se manter conversações à distância; elas são à prova de grampos e de som e são protegidas contra a ação de hackers.
A foto divulgada pela Casa Branca mostra Obama ao telefone, ao lado do conselheiro de segurança do governo americano, Tom Donilon, à direita e o chefe de Gabinete da Casa Branca, Bill Daley, à esquerda.
Anel
Segundo o governo dos EUA, eles mantinham uma conferência com a secretária de Estado do país, Hillary Clinton e o secretário de Defesa, Robert Gates, entre outros, de dentro de seu quarto de hotel, no Rio de Janeiro. É possível ver o carpete estampado do hotel.
As SCIFs formam uma espécie de anel de ondas eletrônicas que impede que sinais entrem ou saiam da tenda, exceto as comunicações criptografadas enviadas por uma linha segura via satélite.
Para entrar em uma SCIF, é necessária uma combinação de senhas, crachás e dados biométricos. Tais tendas são sempre transportadas durante as viagens presidenciais e vem se tornando, com o tempo, cada vez menores e mais portáteis.
Fonte: Folha - Informação enviada pelo Amigo Reinaldo "BOB" Garci
2 Comentários
Obama quis cortejar o gigante sul-americano. Falou da "extraordinária ascensão do Brasil" que tem chamado a atenção internacional e elogiou sua economia como uma das que cresce mais rapidamente no mundo, mas não se comprometeu nem um pouco em apoiar o Brasil como membro permanente do privilegiado Conselho de Segurança.
A presidente brasileira não vacilou em expressar sua inconformidade com as medidas protecionistas aplicadas pelos Estados Unidos ao Brasil, por meio de tarifas e subsídios, que têm constituído um forte obstáculo à economia desse país.
O escritor argentino Atilio Boron afirma que para Obama:
"…o que (…) mais interessa em sua qualidade de administrador do império é avançar para o controle da Amazônia. O requisito principal desse projeto é entorpecer, já que não pode deter a crescente coordenação e integração política e econômica em curso na região e que foi tão importante para fazer naufragar a ALCA, em 2005, e frustrar a conspiração secessionista e golpista na Bolívia (2008) e no Equador (2010). Também deve tratar de semear a discórdia entre os governos mais radicais da região (Cuba, Venezuela, Bolívia e Equador) e os governos ‘progressistas’ – principalmente Brasil, Argentina e Uruguai…"
"Para os mais ousados estrategistas estadunidenses, a região amazônica, assim como a Antártida, é uma área de livre acesso, onde não se reconhecem soberanias nacionais…"
FONTE: Reflexões de Fidel: Aliança igualitária
"...Seja porque todas as sanções ou ações militares delas decorrentes que os EUA arrancam no grito do Conselho de Segurança da ONU jamais deixaram de ser, de verdade, nada menos que agressões armadas contra povos e governos que têm posição de independência em relação à Casa Branca.
Foi um ultraje, um abuso, um desrespeito total ao povo brasileiro o fato de Obama ter usado o território brasileiro, e mais precisamente as dependências do Palácio do Planalto, durante audiência com a Presidenta Dilma, para dar as ordens de ataque com mísseis à Líbia!
Não merece, em absoluto, o Prêmio Nobel da Paz, mas o da guerra!
Desrespeito ao povo brasileiro
Teria sido importante que Dilma, a exemplo do também mineiro Tancredo Neves, ecoasse esta declaração em cadeia de tv e rádio, enquanto Obama estivesse em território brasileiro. Era uma maneira de reprovar publicamente a abusiva atitude de Obama de usar o território brasileiro, em visita oficial, para determinar um ataque mortal contra um país com o qual o Brasil tem relações normais, incluindo a participação de empresas, técnicos e produtos no processo de transformação que levou a Líbia a ter o mais elevado Índice de Desenvolvimento Humano da África.
Aliás, envolto em profundo simbolismo e em sintonia histórica com as declarações de Tancredo Neves está a recusa de Lula a comparecer ao almoço com Obama. Talvez esteja no gesto de Lula o que verdadeiramente Dilma e o Itamaraty queriam ou deviam dizer.
Sabemos que os primeiros mísseis lançados contra Trípoli destruíram um hospital e mataram 48 pessoas, inclusive crianças. As agências de notícias controladas pela indústria bélica e pelo poder petroleiro com sanguinária voracidade pelo óleo negro líbio continuam a mentir, agora dizendo que nenhum alvo civil foi atingido. Isto não está autorizado pela Resolução 1973 da ONU. É terrorismo pura e simplesmente! Por isso Brasil, Rússia, China, Índia e Alemanha abstiveram-se, provavelmente sabendo das extrapolações criminosas, - já preparadas há tempo - dos termos da Resolução para apoiar a contra-revolução. O precedente é gravíssimo e pode ser aplicado até mesmo contra o próprio Brasil ou qualquer país que tenha robustas riquezas energéticas. Com a quantidade de agentes de serviços de informação que atuam no Brasil disfarçados de ongueiros, conforme denunciam autoridades brasileiras, é o caso de atentar para o perigoso precedente aberto pela decisão da ONU.
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=17574