Aviões da Otan bombardearam na quinta-feira a capital da Líbia, Trípoli, disse a TV estatal, e um porta-voz do governo afirmou que três pessoas morreram.

A Otan disse inicialmente que o único bombardeio confirmadamente ocorrido na quinta-feira à tarde havia sido contra uma bateria de mísseis terra-ar, 40 km ao sul da cidade, e chamou de "contrainformação" o relato de vítimas civis.

Mas uma fonte oficial da aliança admitiu posteriormente que pilotos da Otan haviam atingido dois outros alvos mais próximos do centro de Trípoli.

"Além do bombardeio aéreo deliberado contra uma bateria de mísseis terra-ar ao sul da cidade, chegam relatos dos pilotos de que eles atingiram dois alvos adicionais mais próximos do centro da cidade", disse essa fonte em Berlim.

"Estamos examinando os relatos da missão (...). Não temos detalhes exatos. A Otan deseja simplesmente assegurar nossa transparência em termos do que estamos fazendo."

A TV estatal Al Libiya havia informado antes disso que "Trípoli está agora submetida a bombardeios aéreos, (e) há vítimas civis".

Mussa Ibrahim, porta-voz do regime de Muammar Gaddafi, disse à Reuters que "alguns civis foram mortos em Trípoli". "Sei que três homens que estavam passando por um posto de controle foram mortos imediatamente no sul de Trípoli", acrescentou.

Ibrahim disse também que dois homens foram mortos em Sirte, 450 quilômetros a leste da capital, sugerindo que houve bombardeios lá também - mas não deu detalhes.

Correspondentes da Reuters em Trípoli relataram ter ouvido quatro explosões e visto colunas de fumaça se erguendo na zona sudeste da capital. Escutaram também disparos antiaéreos, antesLink e depois das explosões.

Uma fotógrafa contou ter visto um jato no céu momentos antes de ouvir uma forte explosão, que levantou uma coluna de fumaça.

O porta-voz Ibrahim disse que "alguns desses bombardeios não fazem sentido - eles estão atacando quartéis militares velhíssimos, postos de controle e às vezes espaços vazios".

"Notamos que o que importa para eles é o tamanho da explosão, e que seja visível para a população civil em Trípoli, Sirte e outros lugares", acrescentou.

Fonte: O Globo (Reportagem de Hamid Ould Ahmed em Algiers; Zohra Bensemra e Mussab Al-Khairalla em TrÍpoli; David Brunnstrom e Erik Kirschbaum em Berlim)