O governo brasileiro recebeu informações de que os contratos de companhias do país serão respeitados por um novo governo da Líbia, apesar de o Brasil não ter apoiado a rebelião, afirmou o chanceler Antonio Patriota nesta terça-feira. "Os contratos serão honrados. Não temos por que duvidar", disse.

Os rebeldes parecem estar perto de pôr fim à liderança de 42 anos de Muamar Kadafi, e aumentaram as preocupações de que um novo governo líbio poderia punir empresas de países como China e Brasil, que não deram suporte ao movimento de oposição ao regime.

Patriota disse, porém, que seu escritório manteve contato com o Conselho Nacional de Transição (CNT, órgão político dos rebeldes líbios), que garantiu que manterá um absoluto respeito às empresas estrangeiras instaladas na Líbia, mesmo que tenham negociado suas operações com o regime Kadafi.

"Acho que isso (represálias econômicas) não acontecerá", disse Patriota quando questionado se estava preocupado com a possibilidade de um governo formado por rebeldes na Líbia tentar punir o Brasil economicamente. "Porque temos recebido informações de que serão respeitados os contratos mesmo que haja mudanças (no governo)."

13-Jul: Three FLAF MiG-21s [below] photographed over Benina airport on 11-July. Two are single-seat MiG-21bis and one is a two-seat MiG-21UM. This would confirm the defection of four MiG-21s (one crashed - or was shot down - near Benina AB, on 17-Mar 2011).


Uma autoridade da petrolífera líbia AGOCO disse à Reuters que um governo liderado pelos rebeldes poderia ter alguns "problemas políticos" com Rússia, China e Brasil sobre a falta de apoio desses países. A China respondeu pedindo que a Líbia protegesse seus investimentos e afirmando que o comércio de petróleo entre eles beneficiava os dois países.

O Brasil não apoiou fortes sanções contra Kadafi e defendia um fim negociado para o conflito. O País também está entre as nações que se abstiveram em março na votação que aprovou uma resolução do Conselho de Segurança da ONU autorizando o uso de força para impor uma zona de exclusão aérea.

O Brasil ainda reconhece Kadafi como líder legítimo da Líbia. Mais de 30 governos, incluindo EUA e importantes nações europeias, reconheceram o CNT como representante legítimo da Líbia. Patriota renovou o apoio do Brasil às aspirações de liberdade e democracia do povo líbio e disse que, por enquanto, o governo de Dilma Rousseff não revelará se reconhecerá ou não os rebeldes como autoridades legítimas da Líbia.

O ministro reiterou que, nos últimos dias, esteve em contato com autoridades da Liga Árabe e da União Africana (UA), assim como com da Rússia, Índia, China e África do Sul, países que juntamente com o Brasil formam o Brics, para articular posições em relação à crise na Líbia.

Fonte: IG