A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) confirmou nesta terça-feira que o avanço conseguido nos últimos dias pelos rebeldes líbios é "o mais significativo em meses" e que as tropas de Muammar Kadafi encontrarão muitas dificuldades para defender Trípoli da ofensiva dos opositores.

O porta-voz da missão aliada, o coronel canadense Roland Lavoie, destacou em entrevista coletiva a retirada das forças do regime em vários pontos do país, como o enclave petrolífero de Brega, a área de Misrata e, especialmente, a região que rodeia a capital do país.

Os rebeldes "estão assumindo o controle dos principais acessos a Trípoli", disse Lavoie, advertindo que por isso será muito difícil para as forças de Kadafi defenderem suas posições.


Dominação da região para ter petroleo em mãos

A Aliança ressaltou o rápido avanço dos combatentes da oposição desde as montanhas de Nafusa em direção à costa, onde já controlam várias localidades nas cercanias da capital.

Enquanto isso, a Otan também confirmou "mudanças significativas" na área de Misrata, onde os rebeldes afastaram as tropas de Kadafi que bombardeavam a cidade há meses.

Há também grandes progressos em Brega, onde está "confirmado" que os rebeldes têm o controle, pelo menos, da parte oriental da cidade, embora os combates não tenham cessado completamente.

Para a Otan, os rebeldes se aproveitaram do enfraquecimento da estrutura militar de Kadafi provocado pelos ataques aliados, intensificados nos últimos dias. Apenas na semana passada, os aviões da organização destruíram "mais de cem" alvos militares.

A Aliança condenou nesta terça-feira o lançamento de um míssil Scud por parte das forças do regime na zona de Beiga, o primeiro deste tipo utilizado durante o conflito, e qualificou o ato como "extremamente irresponsável" dada à destruição "indiscriminada" que podem provocar.

A organização, no entanto, diminuiu importância desse ataque em termos estratégicos e garantiu ter destruído "boa parte do arsenal" de Kadafi. Segundo Lavoie, a Otan acredita que o disparo desse míssil é uma tentativa de "fazer barulho", uma vez que o regime "já não tem capacidade" real para avançar militarmente.

Apesar de os rebeldes terem afirmado nesta terça-feira que preveem a derrota de Kadafi para o final de agosto, a Aliança reafirmou sua intenção de continuar na Líbia o tempo que for necessário para defender a população civil dos ataques.

Fonte: EFE/Terra