Um ataque aéreo do Quênia no domingo matou cinco pessoas e deixou outras 45 feridas, na maioria mulheres e crianças, em um acampamento na Somália que abriga desabrigados pela seca e pela violência, disse a agência de ajuda humanitária MSF (Médicos Sem Fronteiras).

Um porta-voz militar do Quênia confirmou no domingo que seus jatos atingiram a cidade de Jilib, onde está localizado o acampamento de pessoas deslocadas de suas regiões por causa da seca e violência. A fonte disse que dez insurgentes do grupo Al Shabab foram mortos, mas negou as informações de que civis estariam entre as vítimas.

"Posso confirmar cinco mortos e 45 feridos", disse Gautam Chatterjee, chefe da Missão do MSF-Holanda na Somália. "Em nossos hospitais em Marare, recebemos 31 crianças, nove mulheres e cinco homens. Todos tinham feridas de estilhaços de bomba."

O Quênia enviou suas tropas para a Somália em meados de outubro em busca de insurgentes somalis que o país culpa por uma série de sequestros em território queniano e ataques frequentes contra as forças de segurança na província do Nordeste, que faz fronteira com a Somália.

O primeiro grave confronto entre tropas do Quênia e insurgentes da Al Shabab, supostamente ligada à rede terrorista Al Qaeda, ocorreu na última quinta-feira. Segundo o Quênia, suas forças mataram nove rebeldes, enquanto um de seus soldados morreu depois de ser ferido em uma emboscada insurgente.

Chatterjee, do MSF, disse que três crianças, um homem e uma mulher morreram no bombardeio aéreo. As informações eram de funcionários da entidade que estão trabalhando no acampamento, que abriga 1.500 famílias.

Chatterjee não quis comentar sobre o fato de que o Exército queniano havia negado a ocorrência de vítimas civis em Jilib, dizendo que poderia dar detalhes apenas de pacientes recebidos pelo MSF para tratamento.

Ele afirmou que o MSF retirou sua equipe de Jilib após o incidente e que uma distribuição de mantimentos planejada para esta segunda-feira foi adiada.

Fonte: BOL/Folha