Estudos sobre a previsão e o monitoramento de mudanças climatológicas e meteorológicas feitos pela Agência Espacial Americana (Nasa) a partir de agora terão a participação da Agência Espacial Brasileira (AEB). O acordo de cooperação foi assinado hoje na visita do diretor da Nasa, astronauta Charles Bolden, ao Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (Inpe), em São José dos Campos (SP).

O acordo de cooperação no programa Medidas Globais de Precipitação (GPM, em inglês) é uma iniciativa da agência espacial americana para o estudo em escala global das chuvas a partir de dados obtidos por satélites. A participação brasileira no programa da Nasa abrirá novas oportunidades de pesquisa e estudos conjuntos, permitindo levantamento, validação e calibração de dados do programa, até mesmo a realização de missão de satélite para compor a constelação GPM.

Outro acordo de cooperação, também assinado no Inpe, é sobre os estudos do ozônio e a concentração dos vários componentes da atmosfera, além da compreensão da camada de ozônio da Terra. A visita do diretor da Nasa ao País faz parte do desdobramento da visita, em março, do presidente americano Barack Obama e tem o objetivo de identificar parcerias entre as duas agências especiais.

O Inpe aproveitou a visita para propor, em cooperação com o Jet Propulsion Laboratory (JPL), da Nasa, o desenvolvimento de um satélite de alta resolução que permitiria avaliações precisas do impacto da ação do homem nos ecossistemas. De acordo com Gilberto Câmara, diretor do Inpe, a proposta está em análise. Caso o projeto seja aprovado, marcará uma evolução no monitoramento ambiental por meio de satélite.

A proposta do Inpe para o desenvolvimento do satélite Global Terriesrial Ecosystem Observatory (GTEO) é composta pelos investimentos de US$ 100 milhões do Brasil e US$ 150 milhões dos Estados Unidos, ficando o Brasil responsável pela criação do corpo do satélite, painel solar e computador de bordo para coleta e envio dados. Após as assinaturas, o astronauta americano palestrou para um grupo de estudantes de uma escola pública de Ubatuba, litoral norte paulista, que estão desenvolvendo um pequeno satélite com a ajuda de engenheiros do Inpe.

Fonte: Estadão