A expectativa é que nos próximos anos seja possível receber sinais de frequência de quatro sistemas de diferentes países.

Você sabia que o GPS é controlado por um país só? Aos poucos, esse sistema vai ganhar concorrência. Rússia e União Europeia estão entrando nesse mercado. O novo satélite europeu acaba de ser colocado em órbita. A expectativa é que nos próximos anos seja possível receber sinais de frequência de quatro sistemas de diferentes países.

A cidade de São Paulo é uma das maiores do mundo, o que é motivo para muito paulistano não sair de casa sem o aparelho. “Acho maravilhoso”, disse uma jovem. “Uma das melhores invenções que fizeram”, comentou um motorista.

José Ricardo de Moura é taxista em Piracicaba, no interior paulista. Quando vem para a capital, ele confessa: “A gente se perde. Quando eu preciso ir à Zona Leste ou na Grande São Paulo, o GPS é uma ferramenta importante”.

GPS é a sigla em inglês para sistema de posicionamento global, invenção dos americanos. Satélites emitem sinais que depois são captados pelo aparelho que se leva no carro. A Rússia tem uma alternativa ao GPS. É o sistema chamado Glonass, que em breve promete cobertura em todo o planeta. Alguns dos novos smartphones já utilizam tanto o GPS quanto o Glonass.

Nos últimos anos, a China e a União Europeia também vêm desenvolvendo seus próprios sistemas. O da Europa chama-se Galileo, que teve os primeiros satélites lançados na semana passada e deve oferecer mais precisão.

“Se você tem um navegador marítimo, se você tem um navegador ara utilizar em avião para pousos e decolagens, isso deve ter uma mudança perceptível. Para navegação automotiva, isso muda muito pouco”, explicou Paulo Roberto Leite Júnior, gerente comercial de um fabricante de GPS.

A Europa não está preocupada apenas com as dificuldades que os motoristas enfrentam nas grandes cidades. Há outra questão em jogo: o uso militar do GPS. Não é interessante para as Forças Armadas de muitos países ficarem na dependência de um sistema tão importante, mas que é controlado por uma só nação – no caso, os Estados Unidos.

“Você vai ter outro sistema controlado por outros países. Então, em uma eventualidade de o sistema americano, por alguma razão, fechar o sinal, de repente você pode ter esse sinal, dependendo da situação”, destaca Antônio Bertachini, engenheiro de mecânica espacial do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Em uma guerra, um ataque bem sucedido depende do GPS. Os satélites que guiam o motorista até um endereço desconhecido são os mesmos que levam bombas e mísseis a atingirem o alvo.

“Vamos imaginar que os Estados Unidos entrem em um conflito de larga escala. Eles podem ter a necessidade de concentrar o uso do GPS estritamente nas operações de defesa, portanto, saindo do ar, ou seja, reduzindo a disponibilidade ou mesmo acabando com ela, neutralizando a rede para uso civil”, alerta Roberto Godoy, jornalista especializado.

Especialistas acreditam que será preciso desenvolver outro aparelho de GPS para receber as frequências de todos os sistemas em órbita no planeta, quando eles estiverem em pleno funcionamento.

Fonte: Jornal de Floripa