O Super Tucano da Embraer é uma das aeronaves de apoio aéreo aproximado e ataque leve mais vendido do mundo. (Foto: Embraer)

O Brasil ocupa o número 11 em termos de gastos de defesa global, mas devido ao seu crescimento anual de 20% é esperado que torne-se uma das dez maiores nações em gastos com defesa em 2016, segundo um novo relatório.

O Brasil não está sob ataque militar há mais de 50 anos, e tradicionalmente favorece a negociação sobre a força militar para resolver disputas com outros países. O país aloca 41% do seu orçamento de defesa para os pagamentos de pensão e espera-se que gaste apenas 8% para aquisições de armas, disse o relatório da ASD.

Apesar disso, as despesas de defesa do Brasil tem crescido mais rapidamente do que a maioria dos maiores orçamentos de defesa do mundo, com um CAGR de 20,59% entre 2005 e 2010, e espera-se que registre um adicional crescimento de CAGR de 16,69% ??entre 2011 e 2016.

A Embraer está desenvolvendo o KC-390, aeronave a qual a FAB já adquiriu 28 unidades. (Foto: Embraer)

O Brasil tem a maior despesa de defesa na América Latina, e contribui para 48% das despesas totais de defesa da região. O Brasil é historicamente um país pacífico, com uma ameaça insignificante de seus vizinhos e um histórico de não-envolvimento em conflitos armados. Apesar da posição pacífica do Brasil, tem a 11ª colocação entre as maiores despesas de defesa do mundo e foi uma das indústrias de defesa que mais cresceu no mundo. Isto é principalmente devido a sua proteção dos recursos naturais contra a mineração ilegal, desmatamento e tráfico de drogas, bem como seu alto gasto com as pensões de ex-militares.

Como o foco do Brasil no longo prazo é a redução da sua dependência de fornecedores estrangeiros de armas, está trabalhando no sentido de aumentar suas capacidades de defesa produzidas no país por meio de acordos de transferência de tecnologia. As despesas de defesa do Brasil devem crescer durante o período da previsão (2011-2016), devido à meta do Brasil para se tornar o líder exportador de armas na América Latina. O Brasil também deve investir mais na defesa durante o período de previsão devido à sua modernização atual dos antigos sistemas de defesa, e o desejo do país de proteger seus recursos naturais.

A FAB recentemente recebeu duas aeronaves de patrulha marítima P-3 Orion que foram modernizadas e serão utilizadas para proteger o vasto litoral brasileiro. (Foto: EADS)

O país é vasto e geograficamente diversificado e abriga o Rio Amazonas e a Amazônia. Ele também tem grandes reservas de recursos naturais, e recentemente descobriu significativas reservas de petróleo.

O Ministério da Defesa do Brasil pretende diminuir sua dependência externa de OEMs (fabricantes de equipamentos originais) e aumentar suas capacidades de defesa nacional. Como tal, prefere adquirir tecnologia de defesa de OEMs estrangeiros, e então construir com empresas de defesa nacional. Isto oferece as empresas de defesa nacional a tecnologia e os equipamentos que podem integrar seus existentes sistemas. O Brasil pretende se tornar um exportador líquido de produtos de defesa, e se beneficia de custos trabalhistas mais baixos e grande disponibilidade de matérias-primas.

As despesas do Brasil de segurança interna e a aquisição de produtos deverá aumentar durante o período de previsão para melhorar a segurança para hospedar no Brasil grandes eventos desportivos internacionais. Milhões de espectadores são esperados para participar da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016, que serão realizados no Brasil, e vão exigir segurança adicional. O país iniciou discussões com empresas de segurança de Israel, a fim de receber os serviços de segurança e tecnologia em aeroportos e sistemas de transporte.

Os helicópteros EC725 que as forças armadas do Brasil devem receber, serão montados na Helibras. (Foto: FAB)

O Brasil adota uma abordagem de licitação para aquisição de nacional e internacional. Além de estar em conformidade com os requisitos de defesa, o licitante deve oferecer o menor preço com o máximo de transferência de tecnologia para ganhar um contrato de defesa do país. Qualquer acordo de defesa no valor de mais de US$ 5 milhões tem a obrigação de compensar o equivalente a 100% do valor do contrato. A estratégia de entrada principal para as OEMs estrangeiras é feito através da rota direta de offsets, o que implica a transferência de tecnologia para empresas locais e a fabricação e montagem de sistemas no Brasil. No entanto, um número de OEMs estrangeiros têm estabelecido as bases de produção no Brasil, a fim de capitalizar sobre seus custos trabalhistas mais baixos e disponibilidade de matérias-primas. Como tal, o Brasil é considerado um pólo exportador para a América Latina.

As indústrias brasileiras estão cooperarando com a África do Sul como parte do acordo trilateral IBSA (Brasil, Índia e África do Sul). A Denel Dynamics está trabalhando juntamente com diversas empresas da indústria brasileira no desenvolvimento do A-Darter, um míssil ar-ar de 5ª geração, para atender às necessidades das forças aéreas da África do Sul e Brasil. Na África do Sul, o míssil será integrado aos aviões Gripen e Hawk da Força Aérea da África do Sul.

O míssil A-Darter é um projeto de cinco anos, avaliado em mais de R1 bilhão. Testes avançados do míssil ar-ar guiado por infra-vermelho foram concluídos no início deste ano e os produtos finais deverão ser entregues para as forças aéreas sul-Africana e brasileira no início de 2013.

O Brasil está visando comprar novos caças, algo que tem sido descrito como uma questão de urgência. A fabricante francesa Dassault, do caça Rafale, o caça F/A-18 Super Hornet da Boeing e o sueco Saab Gripen NG estão há muito tempo disputando os cerca de US$ 4-7 bilhões do contrato para renovar a dilapidada frota de jatos da Força Aérea Brasileira.

O Brasil está desenvolvendo juntamente com a África do Sul um míssil ar-ar, o A-Darter, que será integrado nos caças Gripen da Força Aérea Sul-Africana. A Saab também está oferecendo uma versão nova do Gripen para a FAB, o Gripen NG.

O governo brasileiro anunciou recentemente que iria adiar a sua decisão, pelo menos até 2012, devido à escalada da crise econômica.

O Brasil comprou recentemente quatro submarinos de ataque convencionais do tipo Scorpene da França por 6,7 bilhões de euros, em um dos maiores negócios de submarinos já realizado nos últimos tempos.

Fonte: DefenseWeb – Via: Cavok