A Comissão Interamericana dos Direitos Humanos (CIDH) revelou 130 fotografias de vítimas dos "voos da morte", que morreram nas mãos da ditura militar argentina no fim dos anos 70. As imagens constituem prova documental irrefutável sobre a repressão vivida, avança a EFE.

Entre 1976 e 1979, guerrilheiros e opositores políticos que estavam prisioneiros eram levados em aviões militares e atirados vivos ao mar. As fotos agora reveladas correspondem a 20 cadáveres, sendo que todos eles acabaram por dar à costa em praias uruguaias, arrastados pela corrente. Todos tinham as mãos e pés atados e apresentavam sinais físicos de tortura.

O secretário executivo da CIDH, Santiago Cantón, entregou hoje as imagens ao juiz Sergio Torres, com uma descrição detalhada do estado dos corpos e das autópsias. "Esta informação pode provar claramente a existência de um plano sistemático em relação aos voos da morte", explicou Cantón, que espera "que esta informação ajude a Justiça" a provar algo que as forças armadas argentinas têm negado.

A documentação vai ser dada ao juiz em forma de "empréstimo", enquanto durar o processo judicial dos "voos da morte", No âmbito do "voos da morte" Sergio Torres já julgou três pilotos da guarda costeira, um ex oficial naval e um advogado. O crime foi admitido pelo ex-repressor Adolfo Scilingo, que cumpre uma pena de 1084 anos de prisão.

Fonte: AEIOU

O juiz argentino Sergio Torres recebeu nesta quinta-feira as imagens das vítimas dos chamados voos da morte, feitos durante a ditadura (1976-1983), recolhido pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização de Estados Americanos (OEA) durante missão na Argentina, em 1979.

De acordo com a OEA, são mais de 130 fotos de corpos amarados encontrados no litoral uruguaio, que provam que as vítimas foram torturadas e assassinadas antes de serem jogadas no mar.

Os documentos serão usados no julgamento sobre os crimes cometidos na Escola de Mecânica da Marinha (Esma), um dos principais centros clandestinos de tortura durante o governo militar argentino. Estimativas apontam que por lá passaram mais de cinco mil presos políticos.

As fotos são as primeiras provas concretas sobre a existência dos voos realizados pelos militares para eliminar opositores sendo que até então apenas depoimentos confirmavam as denúncias.

Fonte: POP