A Marinha do Brasil vai receber três navios de patrulha oceânica do tipo Port of Spain.

A aquisição dos três navios, é resultado das pressões da marinha brasileira que não possui um número minimo de navios de patrulha para cumprir com as suas obrigações de patrulha da extensa Zona Económica Exclusiva brasileira.

O país, que ainda tem ao serviço duas velhíssimas corvetas (adaptados de cascos construidos nos anos 50 - classe Imperial-Marinheiro) iniciou um programa de aquisição de navios de superfície, do qual consta a aquisição de patrulhas, mas a possibilidade de o programa acabar se estendendo no tempo, atrasando as futuras aquisições levou as autoridades brasileiras a aproveitar a situação de «compra de oportunidade» para adquirir esses navios.

Estes navios vão permitir aposentar as mais antigas corvetas ao serviço e vão aumentar em muito a capacidade de patrulha da marinha brasileira.

Os patrulhas têm um deslocamento na casa das 2,200t, 90,5m de comprimento e 13,5m de largura máxima (boca) e são muito mais sofisticados e eficientes que qualquer navio de patrulha presentemente ao serviço na Marinha do Brasil. O seu radar Terma da Scanter é moderno e torna muito mais fácil a deteção de pequenas embarcações e navegação ilegal, em conjunção com um sistema de gestão de dados de combate.

Ainda que sejam meros navios de patrulha, na sua configuração conhecida eles são equipados com um canhão de 30mm e dois canhões de 25mm todos de tiro automático.
Também está disponível uma plataforma que permite a utilização de um helicóptero, embora o patrulha não possua hangar.



A velocidade máxima que os novos navios podem atingir é talvez o fator mais interessante de analisar, pois os patrulhas atingem uma velocidade de 25 nós, que é 4 ou 5 nós acima do normal para navios deste tipo.
A guarnição dos navios deverá rondar os 60 militares.

O primeiro navio, o «Port of Spain» já foi concluído, mas até ao momento não se sabe se a configuração para a marinha brasileira será a mesma que foi prevista para Trinidad e Tobago. Sabe-se que o armamento secundário de 25mm já é utilizado pela marinha do Brasil, mas o armamento de 30mm não é comum à marinha do país, cuja nova classe Macaé está equipada com uma torre armada com uma peça de 40mm Bofors.

O governo de Trinidade & Tobago cancelou o contrato assinado em 2007 no dia 21 de Setembro de 2010. Alegadamente a quebra do contrato deveu-se aos atrasos por parte da BAE Systems em entregar os navios e também pelos persistentes defeitos técnicos encontrados nos navios.
A BAE Systems é indiretamente acusada de ter atrasado a entrega e depuração de defeitos nos navios, porque tinha uma encomenda de outros navios para entregar ao Omã e estes navios tinham preferência nos estaleiros. O governo do país também rejeitou o aumento de preço dos navios (€180 milhões a preços de 2007) que colocou o orçamento inicial acima do inicialmente previsto.

No país, a oposição ao governo criticou a compra desde o primeiro momento, porque os navios eram demasiado grandes para Trinidad e Tobago, pois são Patrulhas Oceânicos capazes de patrulhar águas a milhares de quilómetros da sua base.
Trinidad e Tobago avançou com parte do pagamento e ainda está pedindo em tribunal a devolução das quantias pagas.

Fonte: Area Militar