A Força Aérea americana recebe este mês o primeiro lote da nova superbomba de penetração projetada para atingir alvos sob grossa camada de concreto, a profundidade de até 65 metros. A arma pesa 14 toneladas e é lançada por dois grandes bombardeiros, o veterano B-52H e o sofisticado B-2 Spirit, que incorpora amplos recursos de tecnologia de furtividade, que o fazem "invisível" aos radares e sensores inimigos.

O arsenal dessa classe de equipamento foi reforçado, em 2011, com a modernização do estoque de 15 unidades da "Mãe de Todas as Bombas" - a paródia da denominação formal em inglês, Massive Ordnance Air Blast (MOAB).

Considerada o mais poderoso artefato militar não nuclear existente, a MOAB combina 8,5 toneladas de explosivos do tipo HE6, com agentes incendiários. Embora tenha sido desenvolvida entre 2002 e 2003, de olho na guerra do Iraque, jamais foi utilizada. Em um teste conduzido na base de Englin, a onda de choque produzida por uma bomba destruiu prédios e estruturas metálicas reforçadas numa área equivalente a dois campos de futebol.

Na medida. O destino de utilização são objetivos de interesse estratégico escondidos bem fundo, abaixo do solo, ou de grande extensão na superfície. As protegidas instalações do programa nuclear do Irã, por exemplo.


O projeto mais ambicioso envolve a GBU-57A/B Massive Ordnance Penetrator, a MOP, guiada por GPS. O custo relativo do programa é baixo. Em abril de 2011, a Força Aérea dos EUA encomendou oito unidades, mais os conjuntos de apoio técnico, por US$ 28 milhões. A Boeing, fabricante, recebeu em novembro uma solicitação adicional de 16 bombas prontas para o uso. O suprimento, mantido na base Whiteman, foi considerado "operacional" e "adequado" há 20 dias. As bombas podem ser levadas para áreas de conflito.

O Pentágono dispõe de munição ainda mais agressiva - os sistemas nucleares de ação subterrânea. Definido como "mais que um projeto, uma doutrina", pelo ex-secretário da Defesa Donald Rumsfeld, o programa da Posição Nuclear Revista está centrado no aperfeiçoamento da família da carga atômica B61-11.


Confiável e segura, a bomba entrou em produção há 40 anos. Na administração do ex-presidente democrata Bill Clinton, o modelo foi escolhido para servir ao programa de um artefato de penetração a grande profundidade. Depois disso, virou segredo.

Com 10,5 quilotons, equivalente a cerca de 10 mil toneladas de trinitrotolueno, síntese do TNT, teria 66,6% da capacidade da bomba lançada em 1945 pelos EUA sobre Hiroshima, no Japão.

A missão da B61-11 é bem definida: destruir abrigos blindados. Antes da explosão termonuclear, a ogiva de material extrarrígido - provavelmente um cone de urânio exaurido - penetra vários metros sob a superfície. Só então a fase atômica entra em ação.

Fonte: Estadão