Aquela empresa fundada em Coimbra em 2004 foi a responsável pela concepção e fabrico da parte mecânica deste sistema de laser, que visa detectar os remoinhos que um avião deixa ao descolar e ajudar os seguintes na mesma operação aeroportuária."Se o instrumento estiver montado no próprio avião nós conseguimos fazer a detecção da turbulência à frente do avião", explicou à agência Lusa Ricardo Patrício, fundador e responsável de projectos na empresa.Desse modo, a rota de descolagem poderá ser desviada, se o remoinho estiver a longa distância, ou os instrumentos de comando nas asas poderão compensar a turbulência medida.Com este equipamento incorporado na frente do avião, além de melhorar a segurança, é possível reduzir os intervalos de descolagem, ajudando a descongestionar os aeroportos. "Isto, para não termos aquele valor empírico de estarmos três minutos à espera, dependendo da envergadura do avião", que são respeitados nas operações aeroportuárias de descolagem, disse Ricardo Patrício. A Active Space Technologies começou a trabalhar neste projecto em 2008, com vários parceiros europeus, onde se incluía a Agência Espacial Alemã, a universidade belga de Leuven e a Airbus enquanto utilizador do equipamento. "No seio da empresa [Airbus] já se estão a mexer, face aos bons resultados do túnel de vento, e a ver como o podem incorporar na aeronave", salientou Ricardo Patrício, frisando que, mesmo que os testes a realizar no verão em Bruxelas o aprovem, levará ainda algum tempo a obter a certificação internacional. O responsável de projectos da Active Space Technologies admitiu que este detector de turbulência possa também ser desenvolvido para ajudar a navegação aérea em atmosferas com cinzas de vulcão e, até, funcionar com uma espécie de estação meteorológicas móvel.