A redução do Orçamento dos EUA para defesa levou a sua principal empresa
parceira, a Boeing, a lutar por uma maior participação no mercado
mundial de venda de armamento. O CEO da Boeing Defense Space &
Security, Dennis Muilenburg, afirmou que o objetivo da companhia é
ampliar em 35% seus negócios em armamento no mundo.
“Um dos nossos ponto-chave é expandir nossa participação
internacional. Cinco anos atrás nossos negócios de defesa fora dos EUA
eram apenas 7%. Ano passado, foram 24%. Esperamos chegar a 30% até o
próximo ano. E nossa meta seguinte é chegar a 35% nos próximos anos. É
uma das razões para o investimento no Brasil e ao redor do mundo",
disse Muilenburg.
Em janeiro deste ano, o presidente dos EUA, Barack Obama, anunciou a
redução de US$ 487 bilhões do Orçamento para área de defesa no prazo de
10 anos. Segundo Muilenburg, a mudança da política dos EUA – principal
causador e uma das vítimas da crise econômica mundial iniciada em 2008 –
"acelerou" a busca da Boeing por outros mercados.
"Parte dos cortes no Orçamento dos EUA, talvez, acelerou a
globalização dos nossos negócios. A economia global está mudando. Vemos
três principais áreas de crescimento fora dos EUA. Na América do Sul, o
Brasil, principalmente. No Oriente Médio, a Arábia Saudita. E também a
Austrália, Japão, Coréia do Sul, Singapura e Índia. Todos esses mostram
crescimento no orçamento de defesa", afirmou.
O CEO (diretor executivo, em tradução livre) recebeu um grupo de seis
jornalistas brasileiros na sede da Boeing Defense, em Saint Louis
(Missouri), para uma conversa nesta semana. Muellenberg confirmou que a
venda de caças de 36 caças F/A-18E Super Hornet para o Brasil vai ajudar
a cumprir a meta de crescimento de vendas mundial.
Chamado projeto F-X2, da Força Aérea Brasileira, a licitação gira em
torno de US$ 5 bilhões conta com mais dois participantes, além do Super
Hornet oferecido pela Boeing: o sueco Grippen, produzido pela sueca
SAAB, e o Rafale, da francesa Dassault. Até o fim de junho, espera-se
que o vencedor seja anunciado pelo governo brasileiro. O País pretende
comprar 36 aeronaves.
Leia também: Aumentam investidas para fornecer caças ao Brasil
“A campanha do F-X2 é muito importante para nós. Esperamos ter um bom
resultado”, disse. “Esperamos ser um parceiro por muito tempo”, afirmou
Muilenburg. A Boeing tem se esforço para atender o pacote de
transferência de tecnologia solicitado pelo governo brasileiro. A
empresa tem ressaltado o relacionamento com outras empresas e
instituições de ensino no Brasil.
Do ponto de vista político, a Boeing tem contado com o apoio do
governo norte-americano para convencer o Brasil a companhrar os Super
Hornet. Nesta terça-feira, o secretário de Defesa dos EUA, Leon Panetta,
reuniu-se com o ministro Celso Amorim (Defesa) para definir uma série
de acordos entre os dois países na área.
Além do Brasil, a Boeing está participando de uma concorrência na
Coréia do Sul para a venda de caças. Ano passado, a empresa conseguiu
vender 84 caças da F-15 para a Arábia Saudita. Fora dos EUA, o primeiro
comprador dos Super Hornet foi a Austrália, que adquiriu 24 aeronaves.
"Há algumas oportunidades no mundo, mas umas das mais importantes para a
Boeing é a do Brasil", afirmou o CEO.
Fonte: IG
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