O aquecimento da indústria de petróleo e gás e as descobertas de reservas no pré-sal têm feito a carreira de piloto de helicóptero prosperar. A cada ano, mais vagas são abertas em todo o País, incluindo Pernambuco, com destaque também para as idas e vindas de executivos a Suape. Em todo o Brasil, o número de licenças emitidas anualmente saltou de 187, em 2006, para 450, em 2011, segundo os dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). A formação é cara e exige tempo. Hoje as principais demandas, assim como os melhores salários, são por profissionais nos setores executivo e offshore. A remuneração inicial costuma ficar em torno de R$ 6 mil. Pilotos mais experientes, no entanto, podem ter um ganho que ultrapassa R$ 15 mil.

Na área executiva, a principal função é de taxi aéreo, que leva profissionais do alto escalão de grandes empresas a seus compromissos. Já os que fazem voos offshore costumam prestar serviço a petroleiras, transportando equipes para as plataformas.

De acordo com a Associação Brasileira de Pilotos de Helicóptero (Abraphe), o Brasil tem hoje aproximadamente 3.400 pilotos de helicóptero licenciados em exercício. "São poucos os pilotos desempregados, não chega a 5%. A demanda atual está sendo atendida", afirma o presidente Rodrigo Duarte.

Para se ter ideia, a frota de helicópteros no Estado de Pernambuco vem crescendo entre 10% e 15% nos últimos três anos, segundo a associação. Números da Anac mostram que atualmente o Estado ocupa a 11ª colocação em número de helicópteros registrados no País, com total de 25 aeronaves.

Localmente, a única opção para formação de pessoal é o Aeroclube de Pernambuco, no Pina, Zona Sul da capital. Mas lá só é dado o curso teórico, que custa cerca de R$ 2 mil e tem duração entre 3 e 4 meses. Para fazer o prático, é preciso sair do Estado e ir para locais de referência, como Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Curitiba. Foi justamente nesta última localidade que o publicitário Fernando Bastos resolveu apostar. Ele largou tudo há alguns anos e resolveu apostar na carreira. "Nunca tinha pensando na profissão, mas terminei me encantando quando via alguns modelos no aeroclube. E está dando certo", comemora. Ele também diz saber dos desafios, está ciente que precisa de muito mais horas de voo do que as exigidas pela Anac para conseguir as melhores oportunidades. "O mercado realmente está absorvendo, mas é preciso se dedicar", aconselha.

Fonte: JC Online