Segundo a Aeronáutica, foram usadas quatro bombas na ação.
Região tem área desmatada e era usada por garimpeiros irregulares.
FAB destrói pista de pouso clandestina em Roraima
Foto: Divulgação/Wellington Simo/FAB
Dois caças Super Tucano da Força Aérea Brasileira (FAB) bombardearam uma
pista clandestina de pouso e decolagem no meio da selva amazônica, a
cerca de 200 quilômetros de Boa Vista, às 12h deste sábado (12). A pista
destruída tinha 280 metros de comprimento e 15 metros de largura.
Foram usadas quatro bombas para destruição da pista, que chegou a abrir
crateras de aproximadamente 10 metros de diâmetro de largura e três
metros de profundidade. O ponto exato do ataque da FAB foi identificado
durante um sobrevoo feito em 11 de abril e registrado por imagens em
infra-vermelhos.
Segundo a FAB, os dois caças se aproximaram da pista a 1,2 mil metros de
altitude e iniciaram um mergulho até 600 metros, altitude considerada a
ideal para o bombardeio. As bombas de 230 quilos atingiram o solo a uma
velocidade de 550 km/h. "O ataque foi preciso. Usamos uma ténica
clássica de disparo, inclinando a aeronave para o alvo. Há várias
maneiras de fazermos o disparo e escolhemos essa como a ideal para a
ação", disse o tenente-coronel Mauro Bellintani, comandante do Esquadrão
Escorpião, que efetuou a destruição da pista.
FAB usa dois caças Super Tucano para destruir pista clandestina em Roraima
Foto: Divulgação/FAB
Bellintani disse ainda que a operação demorou menos de duas horas para
ser concluída desde o momento em que os pilotos foram acionados para a
missão. "Da decolagem até o reconhecimento do alvo e disparo, a missão
durou 1h35. Decolamos da Base Aérea de Boa Vista e voamos sentido Leste
até o alvo. Contamos com apoio de helicópteros, que monitoraram a
ação."
De Madri a Moscou
A área de atuação da FAB na Operação Ágata 4 é semelhante ao território
da Turquia, segundo o coronel Antonio Lorenzo, subcomandante da FAB na
operação. "São 770 mil km² de área. Em distância ponto a ponto, em linha
reta, são mais de 4 mil quilômetros, o equivalente ao trecho entre
Madri e Moscou", disse ele ao G1.
Lorenzo informou ainda que "foram usados aviões de reconhecimento com
uso de radar, aviões com sensores infra vermelhos, aviões de
reconhecimento [por foto] antes da missão de destruição da pista. Com
esses equipamentos conseguimos detectar pistas de pouso clandestinas,
garimpos, desmatamentos e outras ações ilícitas."
Antes da interdição da pista, uma equipe de militares foi levada por
helicópteros até as proximidades da pista clandestina. "O objetivo foi
fazer uma varredura para saber se havia alguém perto do alvo", disse
Lorenzo.
Ele disse também que as operações Ágata são direcionados às fronteiras
do Brasil com países vizinhos. "Neste caso, direcionamos as ações para a
fronteira Norte do país. Essa é uma ação com caráter interagência, pois
temos apoio da Funai, PF, ICMBio, Ibama, PF e outros órgãos públicos.
Momento em que bomba atinge pista clandestina usada por garimpeiros em Roraima
Foto: Divulgação/Wellington Simo/FAB
Tempo real
A ação foi acompanhada em tempo real pelo Comando da Força Aérea na
Operação Ágata 4, que está em Manaus. "Esta pista, que era usada pelo
garimpo irregular e ajudava a causar danos ambientais naquela região.
Agora está interditada. Nenhuma avião consegue pousar ali", disse o
brigadeiro-do-ar Marcelo Kanitz Damasceno, comandante da FAB na
operação, em nota.
De acordo com a FAB, o local ao redor da pista clandestina foi desmatada
por garimpeiros, que atuam na região para a exploração de ouro. O Rio
Catrimani está contaminado por causa da utilização de mercúrio no
processo de garimpagem do minério.
A Operação Ágata 4 conta com apoio da Fundação Nacional do Índio (Funai), Polícia Federal (PF) e o Exército Brasileiro.
Cratera de 10 metros de largura em pista clandestina após ser atingida por
bomba da FAB, em Roraima - Foto: Divulgação/Wellington Simo/FAB
Triângulo vermelho mostra local onde pista clandestina foi ataca por
caças da FAB no sábado (12) - Foto: Divulgação/FAB
FAB identifica pista clandestina em foto aérea. Na imagem, alvo a ser destruído
foi marcado com um xis vermelho - Foto: Divulgação/FAB
Imagem feita com sensores infra vermelhos para localizar ponto exato da pista clandestina
no meio da vegetação amazônica - Foto: Divulgação/FAB
Outra operação
Em agosto do ano passado, a FAB destruiu uma pista clandestina na fronteira de Brasil e Colômbia, localizada a 68 quilômetros de São Gabriel da Cachoeira (AM). A ação fez parte da Operação Ágata 1, realizada com o objetivo de combater crimes típicos da região fronteiriça.
Naquela ocasião, a pista fora identificada com uso Veículo Aéreo Não
Tripulado (VANT), o Hermes 450, de fabricação israelense, que tem seis
metros de comprimento e dez metros de uma asa à outra. O equipamento
pode chegar a uma velocidade de 110 km/h, a uma altitude de cinco mil
metros e permanecer no céu por cerca de 15 horas.
Contra o tráfico
Em 2009, a Aeronáutica divulgou imagens da perseguição a um monomotor carregado com 176 kg de cocaína.
A aeronave não chegou a ser abatida e dois bolivianos acusados de
pilotar o avião, que fugiram após o pouso, foram presos pelas polícias
Civil e Federal.
Amparados pela Lei do Abate,
os militares da FAB dispararam um tiro de aviso, depois de os pilotos
terem ignorado os pedidos para pousar e, em seguida, feito uma manobra
em direção à fronteira com a Bolívia.
Fonte: Glauco Araújo (G1) - Via Noticias Sobre Aviação
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