O Irão disse hoje que pretende responder mais duramente contra qualquer intrusão do seu espaço aéreo por aviões norte-americanos não tripulados, depois de um incidente no início do mês com dois caças iranianos, avança a agência ISNA.

"Disparámos, mas foi um tiro de advertência. Se eles continuarem, deverão  esperar uma reação ainda mais dura", disse o general Amir-Ali-Hadjizadeh,  comandante da Força Aérea e dos Guardas da Revolução, a força de elite da  República islâmica.

O Pentágono revelou quinta-feira que um avião norte-americano não tripulado  foi intercetado no dia 01 de novembro por dois caças Su-25 iranianos que  abriram fogo duas vezes contra o avião, garantindo que o aparelho se encontrava  a sobrevoar águas internacionais sobre o Golfo e que em nenhum momento penetrou  em espaço aéreo iraniano.

O ministro iraniano da Defesa, o general Ahmad Vahidi, confirmou quinta-feira  o incidente, mas afirmou que o avião norte-americano se encontrava em espaço  aéreo do Irão.

"Esse avião não tripulado de espionagem entrou no espaço aéreo iraniano  e teve a reação imediata dos caças dos Guardas da Revolução", acrescentou  hoje o general Hadjizadeh.

De acordo com o general, o avião não tripulado norte-americano estava  próximo de sobrevoar a ilha de Kargh para obter informações sobre as atividades  económicas da ilha e sobre a entra e saída dos petroleiros.

Situada a 25 quilómetros da costa iraniana, a ilha de Kargh é o principal  terminal petrolífero do Irão e é de lá que saem as exportações de petróleo  do país.

Os Estados Unidos e a União Europeia impuseram sanções financeiras e  petrolíferas de modo a enfraquecer as exportações de petróleo, desvalorizar  a moeda e obrigar o Irão a ceder no que diz respeito ao seu programa nuclear.

O Ocidente acredita que o Irão está a desenvolver armas atómicas sob  a cobertura do programa nuclear civil, algo que o Irão sempre negou.

Fonte: Lusa/SIC