O Pentágono pretende proceder aos testes do laser compacto a ser instalado em aviões e navios militares. As projeções do gênero estão sendo intensificadas na Rússia, segundo informações da mídia, divulgadas em novembro passado. Peritos consideram ser compreensível a renovação do interesse manifestado a este tipo de armas que, contudo, não poderá alterar os conceitos básicos de eventuais guerras.
A
Agência de Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa (DARPA, sigla
inglesa) assinala que o novo dispositivo, dotado de um raio laser de 150
quilowatts, se destina para aviões militares de média dimensão. O raio
protegerá o aparelho voador, abatendo mísseis lançados da terra ou do
ar. O laser será utilizado também para atacar alvos terrestres do
adversário. Caso seja usado por vasos de guerra, poderá impedir a marcha
de navios ou afundar as embarcações inimigas ou aniquilar os drones.
Seu emprego na terra possibilitará a eliminação de projéteis lançados de
lança-granadas. O novo complexo pesa 750 kg, o que proporciona ainda a
sua instalação em veículos aéreos não tripulados potentes.
Saliente-se
que no meio das tarefas colocadas perante o novo laser não há uma para a
qual foi concebida esta sofisticada arma, ou seja, o seu provável
emprego contra os mísseis balísticos. Anteriormente, considerava-se
possível abatê-los a partir de um avião especial que disparasse em cima
das nuvens. Tais engenhos voadores eram produzidos pelos EUA e pela
União Soviética. Os lasers norte-americanos se encontravam em dois
modelos do Boeing. Em 2009, o Pentágono suspendeu as provas, constata
Vladimir Dvorkin, investigador sênior do Instituto da Economia Mundial.
"O laser aéreo que se estacionava em aviões da marca Boeing-747 acabou por revelar uma série inteira de deficiências técnicas, o que levou à suspensão das experiências."
Na
URSS, um laser semelhante estava colocado a bordo do avião A-60, ou
seja, do IL-76 remodelado. Nos ano 80 do século passado, a partir deste
avião eram alvejados aeróstatos que circulavam na estratosfera. Após o
colapso da URSS, as provas também foram suspensas.
Paulatinamente,
tanto a URSS como os EUA, deixavam de apostar na luta contra os mísseis
balísticos, tendo a prioridade sido dada ao emprego de satélites
artificiais, afirma o colaborador cientifico do Centro de Segurança
Internacional, Piotr Topichkanov.
"O êxito de
operações militares está cada vez mais dependente do apoio prestado a
partir do espaço cósmico. Os satélites asseguram a obtenção de dados de
reconhecimento, fornecendo informações meteorológicas e outras
referentes à navegação. Deste modo, se mediante o laser se consegue
neutralizar uma parte do grupo de apoio, o adversário sofrerá
consideráveis danos devido à cegueira provocada por raios."
Nos
EUA tal tipo de laser foi testado nos finais dos anos 90: o raio
infravermelho danificou um satélite norte-americano à altura superior a
400 km. O dispositivo MIRACL (Mid-Infrared Advanced Chemical Laser) era
fixo e não foi produzido em série.
Hoje, perante um destino pendente do laser antibalístico no Boeing-747, a Rússia continua testando o complexo Sokol Eshelon
(Falcão Escalão), instalado no A-60 depois de retirado o "recheio"
antibalístico. No decurso da experiência, o laser russo iluminou um
satélite japonês na altura de 1,5 mil km. Não lhe foi colocada a tarefa
de cegar ou danificar aquele aparelho.
No dizer de
peritos contatados pela VR, na Rússia prosseguem as obras com vista a
criar um laser compacto. Se as armas deste tipo entrarem em serviço das
Forças Armadas de outros países, tal cenário poderá inverter a marcha de
eventuais operações militares sem poder alterar os princípios
doutrinais de futuras guerras que, pelos vistos, não estarão ligadas ao
emprego de raios laser, mas sim ao uso de robôs-atiradores e de drones
polivalentes. Além disso, os lasers não poderão substituir as armas
convencionais.
Fonte: A Voz da Russia - Via Aviation News
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