O jovem líder norte-coreano está usando o iminente lançamento de um foguete para reforçar seu prestígio interno e reprimir qualquer dissidência, em meio a sinais de que a transição de poder não está transcorrendo da forma planejada, disse um alto funcionário do governo sul-coreano nesta sexta-feira (7).
A isolada Coreia do Norte pretende lançar entre os dias 10 e 22 de dezembro um foguete que, segundo autoridades locais, servirá para colocar um satélite em órbita. EUA, Coreia do Sul e Japão dizem que o lançamento é um pretexto para testar tecnologias relacionadas a um míssil de longo alcance capaz de transportar ogivas nucleares.
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O próprio Kim alertou no mês passado para o perigo de "elementos rebeldes" dentro da sociedade norte-coreana, e recentemente ele se reuniu com o primeiro escalão policial.
"Está em curso uma caça às bruxas em grande escala", disse um funcionário da Presidência sul-coreana, falando a jornalistas estrangeiros. A fonte pediu anonimato e suas declarações não puderam ser verificadas de forma independente.
A Rússia, ecoando as críticas feitas quando do frustrado lançamento de um foguete norte-coreano, em abril, disse que o regime de Kim já foi alertado a não ignorar uma resolução da ONU que "o proíbe de forma inequívoca de lançar foguetes usando tecnologia balística".

A China, única aliada importante da Coreia do Norte, também pediu a Pyongyang que não adote nenhuma ação que "piore o problema".
Kim expurgou nos últimos meses grande parte da cúpula militar que ele herdou do pai, e costuma aparecer escoltado por guardas armados, indicando um clima de inquietação no país, segundo a fonte sul-coreana.
No mês passado, Kim nomeou um novo ministro de Defesa, que supostamente foi o mentor de um ataque a uma ilha sul-coreana em 2010, e que tem fortes ligações com a Síria.
As duas Coreias estão tecnicamente em guerra, pois seu conflito de 1950 a 53 terminou apenas com um armistício, e não com um tratado de paz. Há anos potências regionais tentam conter o programa nuclear norte-coreano. A Coreia do Norte realizou testes nucleares em 2006 e 2009.
O funcionário disse que Kim, que supostamente irá completar 30 anos em 2013, encomendou equipamentos modernos de outro país para a sua tropa de choque policial, e também treinou mandou treinar esse contingente para reagir a possíveis distúrbios civis.
O funcionário não quis identificar qual país forneceu armas e treinamento aos policiais norte-coreanos.

Fonte: G1

 O líder norte-coreano, Kim Jong-un, ordenou nesta sexta-feira (29) o início dos preparativos para atacar com mísseis o território dos Estados Unidos e suas bases no Pacífico e na Coreia do Sul, indicou o órgão oficial do regime norte-coreano, a agência KCNA.
A ordem foi emitida durante uma reunião de emergência noturna com os líderes de alto escalão do Exército, indicou a KCNA, e é uma resposta direta às manobras conjuntas dos Estados Unidos e da Coreia do Sul na península com bombardeiros furtivos americanos B-2, capazes de transportar armas nucleares.
Em caso de "provocação imprudente" dos Estados Unidos, as forças norte-coreanas "deverão atacar sem piedade o (território) continental americano (...), as bases militares do Pacífico, incluindo Havaí e Guam, e as que se encontram na Coreia do Sul", declarou Kim, citado pela agência oficial.
Na quinta-feira, em um contexto de escalada de tensões entre as duas Coreias, dois bombardeiros furtivos B-2 sobrevoaram a Coreia do Sul, uma maneira de os Estados Unidos ressaltarem sua aliança militar com Seul em caso de agressão do Norte.
Segundo a agência oficial, Kim Jong-un disse que o voo dos bombardeiros furtivos equivale a um "ultimato e demonstra que querem lançar a qualquer preço uma guerra nuclear".
O chefe do Estado-Maior do Exército Popular da Coreia, o diretor de operações e o comandante de operações estratégicas e foguetes estiveram presentes na reunião de emergência, realizada nesta sexta-feira à 0h30 locais (12h30 de quinta-feira no horário de Brasília), segundo a KCNA.
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China pede calma
Considerado indetectável e capaz de voar perto da velocidade do som, o B-2 pode transportar até 18 toneladas de armas convencionais ou nucleares, incluindo 16 bombas de 900 kg guiadas por satélite e oito bombas GBU-37 antibunker.
A Coreia do Norte já havia ameaçado na terça-feira os Estados Unidos com ataques contra seu território e suas bases no Pacífico, mas se tratava de um anúncio, também através da agência oficial, proveniente do Exército. Neste caso trata-se de um alerta do líder do regime.
A China pediu nesta sexta-feira às partes interessadas "que façam esforços coletivos para resolver a situação". "A paz e a estabilidade na península coreana são benéficas para todos", declarou o porta-voz do ministério das Relações Exteriores chinês, Hong Lei.
A China é o único aliado da Coreia do Norte e seu principal sócio comercial, que lhe fornece recursos energéticos indispensáveis para sua economia.
Na quinta-feira, Washington disse mais uma vez estar "preparado para enfrentar qualquer eventualidade" procedente da Coreia do Norte, indicou o secretário de Defesa americano, Chuck Hagel.
Os especialistas militares americanos afirmam, no entanto, que até o momento o aumento da retórica belicista da Coreia do Norte não é acompanhado por ações militares.
Pyongyang, por exemplo, evitou ao máximo as tensões em torno das instalações industriais de Kaesong, compartilhadas com a Coreia do Sul, e que fornecem ao Norte receitas vitais para sua economia.
Desde o início de março e a adoção de novas sanções da ONU contra Pyongyang, depois de um terceiro teste nuclear, a Coreia do Norte aumentou o tom de suas declarações, ameaçando Seul e Washington com ataques estratégicos e com uma guerra total.
"Mas isso não deve ser interpretado como sinal de uma guerra iminente", disse Kim Yong-hyun, um especialista sul-coreano da Universidade Dongguk. "É uma reação esperada e calibrada pela mobilização de B-2, e este jogo com os Estados Unidos vai prosseguir", acrescentou.

Fonte: G1