Malásia e Tailândia admitem ter cometido um erro ao negligenciar sinais de uma aeronave não-identificada logo após o desaparecimento do Boeing 777 da Malaysia Airlines, na madrugada de 8 de março. As operações de busca do avião estariam bloqueadas devido à falta de coordenação entre países envolvidos. 

Depois de onze dias de buscas do aparelho que fazia o voo MH370, entre Kuala Lumpur e Pequim, novas informações revelam a negligência de algumas equipes e a falta de coordenação entre os países envolvidos nas operações. A Malásia admitiu que seus radares militares identificaram um avião logo após o desaparecimento do Boeing 777, mas que nenhuma medida foi tomada porque as autoridades malaias não consideraram que o sinal era “hostil”. A falta de reação está sendo apontada como uma falha, já que desde então nenhum vestígio do avião foi encontrado.
Nesta quarta-feira (19), a Tailândia também admitiu implicitamente ter cometido um erro, pois seus radares assinalaram a presença de um avião desconhecido na madrugada de 8 de março. Segundo o porta-voz da força aérea tailandesa, Monthon Suchookorn, às “0h28 (1h28 no horário da Malásia), seis minutos depois do desaparecimento do MH370 – após o último sinal emitido pelo transponder – um aparelho não-identificado voava na direção sul-oeste”. Questionado sobre a omissão dessa informação durante todo o período das buscas, o responsável de Bangcoc disse que “o aparelho não estava no espaço aéreo tailandês e não era uma ameaça para a Tailândia”.
Especialistas afirmam que isso comprova a falta de coordenação entre os países envolvidos nas operações de busca. Além disso, “nenhuma nação vai revelar informações que mostrem os limites de suas capacidades” tecnológicas ou militares, como ressaltou às agências de notícias o professor de aeronáutica Paul Yap, da Escola Politécnica Temasek de Cingapura.
Alarme falso
A polícia das Maldivas anunciou nesta quarta-feira que está investigando os relatos de moradores que teriam visto um avião voando em baixa altitude no dia do desaparecimento do MH370. As testemunhas teriam identificado uma aeronave branca com faixas vermelhas, como o aparelho da Malaysia Airlines, se dirigindo rumo à ponta do arquipélago. As Maldivas não fazem parte da zona de buscas.
Diante da falta de informações precisas, os familiares e amigos dos passageiros e tripulantes começam a se manifestar e acusam a companhia aérea de falta de transparência e incompetência. O clima está cada vez mais tenso no hotel que reúne os familiares em Pequim, que já ameaçam fazer uma greve de fome em sinal de protesto.

Do RFI