O avião desaparecido da Malaysia Airlines voou a uma altura de 12.000
pés antes de desaparecer do radar. A informação foi divulgada pela rede
americana CNN, citando uma fonte próxima à investigação sobre o
desaparecimento. A mudança de altitude aparenta ter sido realizada de
forma intencional e ocorreu depois de uma curva acentuada sobre o Mar do
Sul da China, em direção ao Estreito de Malaca. Esta área é um corredor
de intenso tráfego aéreo, e voar a 12.000 pés manteria o avião fora
desse tráfego, informou a fonte.
A CNN consultou analisas sobre a nova informação. Para alguns, a
alteração pode indicar a ocorrência de falha mecânica. Se um problema a
bordo ocasionasse despressurização, os pilotos poderiam optar por voar
mais baixo para salvar os passageiros, disse o especialista em aviação
Miles O’Brien. “Você tenta reduzir a altitude para 10.000 pés porque
nesse nível não é preciso se preocupar com a pressurização. Você tem ar
suficiente na atmosfera para naturalmente manter todos vivos”, afirmou.
“Esse procedimento é chamado de grande mergulho e você vai o mais rápido
possível para a nova altitude”.
A fonte consultada pela rede americana informou que um radar militar
captou sinais entre 1h19 e 2h40 da madrugada do último dia 8, quando o
voo MH370 desapareceu. Não está claro, no entanto, quanto tempo a
aeronave demorou para descer a 12.000 pés.
Para outro analista consultado pelo canal, os novos detalhes são
“bastante significativos”. “Se tivermos um cenário em que algo
aconteceu, o avião fez uma curva dramática e desceu de 35.000 para
12.000 pés. Este cenário se encaixa com o que um piloto faria no caso de
um evento catastrófico a bordo, como uma rápida descompressão, fogo ou
explosão”, disse Mary Schiavo, ex-inspetor-geral do Departamento de
Transportes americano.
Mark Weiss, ex-piloto da American Airlines e consultor da CNN, afirma
que, se a nova informação for precisa, a teoria de que os pilotos
tentaram salvar a aeronave passa a ser crível. Mas isso ainda é uma
incógnita, adverte. “Temos tanta informação sendo divulgada e tanta
informação contraditória sendo divulgada, que eu mantenho a cautela em
assumir qualquer conclusão”.
A própria teoria sobre a mudança de altitude já havia sido analisada
no início da semana passada, quando a hipótese em discussão era a de que
o avião teria voado mais baixo para driblar os radares.
Informações – Na manhã deste domingo, autoridades da
Malásia lançaram dúvidas sobre a hipótese de que alguém, talvez o
piloto, tenha reprogramado o Boeing 777 para fazer uma virada à esquerda
durante o voo. “A última transmissão do Acars, à 1h07, não mostrou nada
fora do comum”, afirmou o comunicado, referindo-se ao sistema que envia
várias informações sobre a aeronave via satélite para a empresa aérea e
a fabricante dos motores. Se o avião tivesse sido reprogramado para uma
mudança de curso, o sistema teria reportado essa alteração na última
comunicação, à 1h07. O equipamento deve enviar dados a cada meia hora,
mas não houve comunicação à 1h37 da madrugada do dia 8.
Ontem, autoridades da Austrália
informaram que um palete e cintos de segurança foram encontrados e
poderiam ser o Boeing. As plataformas de madeira são usadas na indústria
de aviação, mas também na indústria marítima e entulhos são encontrados
com regularidade no oceano.
As buscas foram retomadas na manhã desta segunda-feira, pelo horário
local, com mais aeronaves na operação. Segundo as autoridades da
Austrália, agora são dez aviões em busca de possíveis objetos em uma
área de aproximadamente 2.500 quilômetros ao sudeste de Perth. Dois
aviões da China e dois do Japão se deslocaram para a área para ajudar
nos trabalhos.
De Veja
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