Um dia depois de a Coreia do Norte ter levantado a possibilidade de realizar novos testes nucleares, as duas Coreias trocaram tiros perto da fronteira marítima disputada. Seul pediu aos habitantes de duas ilhas para se refugiarem nos abrigos.
Segundo a Coreia do Sul, Pyongyang lançou uma série de projécteis que caíram em águas sul-coreanas durante um exercício militar. As Forças Armadas de Seul dispararam de volta.
A Coreia do Norte avisara o vizinho que levaria a cabo exercícios com fogo real perto da fronteira marítima; Seul fez saber que responderia a qualquer disparo do seu lado da fronteira.  De acordo com o Governo sul-coreano, "o Norte efectuou quase 500 disparos (...) e 100 deles caíram em águas situadas ao sul da fronteira".
Para além de levar os habitantes das ilhas mais próximas para abrigos, a Coreia do Sul enviou aviões de combate F-15 para a zona, antecipando novos incidentes.
“A Coreia do Norte parece estar a tentar criar uma situação de crise, ao elevar a tensão na fronteira marítima”, descreveu o porta-voz do Ministério da Defesa sul-coreano, Wi Yong-seop. "O objectivo deles é ameaçar-nos", disse.
O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Hong Lei, já pediu "calma e contenção".
Este incidente acontece depois do Conselho de Segurança da ONU ter condenado o regime norte-coreano pelo lançamento de mísseis de médio alcance, a semana passada. No domingo, reagindo à condenação, Pyongyang ameaçara conduzir o que chamou “uma nova forma de teste nuclear” – o regime realizou três ensaios nucleares: em Outubro de 2006, Maio de 2008 e Fevereiro de 2013.
A Coreia do Norte justificou os testes de mísseis como uma reacção às manobras militares conjuntas que Seul e Washington realizam desde o fim de Fevereiro e que irão prolongar-se até 18 de Abril em território sul-coreano – para Pyongyang, trata-se de “um ensaio de invasão” do país.
Os disparos desta segunda-feira de manhã tiveram lugar perto da chamada Linha Limite Norte, no mar Amarelo, traçada no fim da guerra das Coreias (1950-53) e que Pyongyang não reconhece.
Foi aqui que em 2010, a Coreia do Norte disparou contra a ilha sul-coreana de Yeonpyeong, matando quatro pessoas, dois civis e dois militares. Meses antes, um torpedo afundou uma corveta sul-coreana, matando 46 marinheiros, num ataque que Seul atribui à Coreia do Norte.