A agência militar dos EUA quer trazer um pouco de luz para a Dark Web e está a desenvolver um motor de pesquisa que permita descobrir padrões de navegação e ajude as autoridades nas suas investigações.

O projeto Memex visa o desenvolvimento de um motor de pesquisa que analise mais conteúdo que passa pela Internet. Google e Bing, as alternativas comerciais mais usadas, conseguem apenas escrutinar cerca de 5% da Internet. O Memex vai trazer alguma luz sobre a Dark Web e deve conseguir analisar milhões de páginas na Net “normal”, que são ignoradas pelos motores convencionais por não estarem bem classificadas no ranking e não terem popularidade.
O objetivo do Memex é conseguir também “ler” as páginas da Dark Web, em sites mais ocultos. Estas páginas têm um endereço a terminar em .onion, estão acessíveis apenas pelo browser TOR e só podem ser vistas por quem saiba a sua morada específica. A maior parte destas páginas é considerada um Hidden Service e passa despercebida aos radares da Internet convencional, noticia a Wired.
Chris White, responsável pelo Memex, estima que existam cerca de 30 a 40 mil páginas Hidden Services abertas, no sentido em que não precisam de password, mas que não são catalogadas pelos motores de busca já existentes na Dark Web, nem pelo Google ou pelo Bing.
Atualmente existem oito empresas a colaborar na criação do Memex e que estão prestes a começar os testes na Dark Web com os primeiros protótipos. Numa das experiências foi possível detetar padrões de movimentos de pessoas relacionadas com o tráfico de humanos (traficantes e vítimas), baseando a análise no surgimento de anúncios de oferta de sexo. Esta experiência mostra que será possível ajudar as autoridades a detetarem crimes com maior facilidade, mesmo que sejam conduzidos através da Dark Web. 

De Exame