Israel fez exercícios militares simulando ataque ao Irã

Da France Presse via G1

WASHINGTON, 20 Jun 2008 (AFP) - O exército de Israel realizou manobras militares no início deste mês simulando um teste para um possível ataque a instalações nucleares iranianas, de acordo com funcionários americanos citados nesta sexta-feira pela imprensa dos Estados Unidos.

Mais de 100 aviões de combate F-16 e F-15 israelenses participaram de manobras ao longo do leste do Mediterrâneo e na Grécia durante a primeira semana de junho, para preparar ataques à distância, demonstrando a "preocupação de Israel em responder às ambições nucleares do Irã", anunciou o New York Times. Helicópteros, que poderiam ser utilizados para resgatar pilotos de aviões abatidos, também participaram destas manobras, assim como aeronaves de reabastecimento, que voaram quase 1.500 quilômetros, aproximadamente a distância que separa Israel e o centro de enriquecimento de urânio iraniano de Natanz, acrescentou o site do The New York Times. Um funcionário do Pentágono citado pelo jornal afirmou que um dos objetivos desse exercício foi enviar mensagem mostrando que Israel estava pronto para a ação militar se os esforços diplomáticos para levar Teerã a desistir de produzir armas nucleares fracassarem. "Eles querem que nós saibamos, eles querem que os europeus saibam, e eles querem que os iranianos saibam", disse essa autoridade."A força aérea israelense treina regularmente para missões variadas", disse à AFP um porta-voz do exército, em Tel Aviv, sem dar mais informações. Em 6 de junho, o vice-primeiro-ministro israelense, Shaul Mofaz, disse que um ataque contra instalações nucleares iranianas poderia ser considerado, no momento em que as sanções internacionais contra o Irã se revelassem ineficazes. "Se o Irã prosseguir o seu programa de armas nucleares, estão atacaremos" disse Mofaz ao jornal Yediot Aharonot. Mofaz havia assinalado, no entanto, que essa operação poderia ser feita apenas com o apoio dos EUA.Por sua vez, um importante sacerdote iraniano afirmou que a resposta para um ataque seria "terrível". "Se os inimigos, especialmente os israelenses e os seus aliados nos EUA, buscarem usar a força, eles certamente vão receber um terrível golpe", disse o aiatolá Ahmad Khatami, em discurso transmitido por rádio. "Se você se aproxima do Irã islâmico de forma hostil, você enfrentará um rugido de nossa nação unida que, sem dúvida, vai fazer com que se arrependa de qualquer ação contra nós", acrescentou.

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F-14 Iraniano - Uma arma americana letal que ainda é operacional

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J-10 - o Irã comprou 24 aeronaves deste avançado modelo dos Chineses

http://vwt.d2g.com:8081/Azarakhsh1018.jpg
Azarakhsh - o F-5 produzido pelo Irã

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MiG-29 - Iraniano

Irã considera 'impossível' ataque israelense por questão nuclear

Porta-voz faz declaração um dia depois da revelação de supostas manobras militares.
Segundo ele, Israel é um 'estado fantoche' em 'crise de legitimidade'.
Do G1, com agências internacionais

O porta-voz do governo iraniano, Gholamhossein Elham, disse neste sábado (21) que seria "impossível" um eventual ataque israelense contra as instalações nucleares do Irã, em sua entrevista coletiva semanal à imprensa.

"Tal impertinência e audácia para realizar uma agressão contra nossos interesses e nossa integridade territorial é impossível", declarou Elham.

O jornal "The New York Times", citando autoridades norte-americanas, publicou na sexta-feira que as manobras militares israelenses efetuadas no início de junho no Mediterrâneo pareciam destinadas a preparar o Exército para um eventual ataque contra as instalações nucleares do Irã. O governo de Israel não comentou o assunto.

Elham classificou Israel de "regime fantoche (que) não pode escapar da crise de legitimidade ao agredir os outros países".

Na sexta-feira, um eminente religioso iraniano advertiu Israel contra um possível ataque contra seu país, e afirmou que a resposta seria "terrível".

O diretor geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Mohamed ElBaradei, considerou que um ataque ao Irã transformaria a região em "bola de fogo", em uma entrevista concedida à TV via satélite al-Arabiya, e ameaçou demitir-se de seu cargo na ONU.
Enriquecimento de urânio

Elham também disse que o Irã não irá parar seu programa de enriquecimento de urânio, como proposto recentemente por EUA, Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha.

Segundo ele, "qualquer pedido para o cancelamento do enriquecimento de urânio é irracional e inaceitável".

No último sábado (14), o alto representante para a Política Externa e de Segurança Comum da UE, Javier Solana, viajou para Teerã para apresentar uma série de incentivos propostos para o Irã pelos cinco países do Conselho de Segurança da ONU, mais a Alemanha, para que o país suspenda seu programa de enriquecimento de urânio.


Neste sentido, Elham afirmou que seu país está considerando esta série de incentivos e que responderá à oferta no tempo devido.

"O Irã continuará sua cooperação com a Agência Internacional de Energia Atômica e está preparado para manter conversas com os países sobre assuntos de interesse mútuo e para progressos internacionais", disse. "As atividades nucleares do país são completamente transparentes."

Com informações de AFP e EFE