Iranianos lançam novo protótipo de míssil
«Sajil» pode atingir o sul da Europa
ÁREA MILITAR

O lançamento por parte da guarda revolucionária islâmica iraniana de mais um de seus mísseis, veio mais uma vez levantar a atenção da imprensa especializada em questões militares sobre o aumento da capacidade iraniana de atacar países vizinhos e outros não tão vizinhos.

A capacidade militar do regime fundamentalista controlado pelos Aiatolas de Qom tem vindo a aumentar na medida que o país continua a investir fortemente em sua indústria de guerra, com programas de modernização, reconversão e cópia de sistemas de armas.

Não tendo capacidade para desenvolver seus próprios sistemas em todos os campos, o Irã tem tentado manter operacionais muitos dos sistemas de armas que ficaram ainda do tempo do Xá Rheza Palevi.
O Saeghe-80 e o F-5

Foi por exemplo produzida uma derivação do caça ligeiro F-5 e aparentemente foram mantidos operacionais caças como o F-4 Phantom, que o Irã afirma terem capacidade para atacar Israel em caso de necessidade.

Mas em nenhum campo os iranianos gastaram mais dinheiro e mais recursos que no desenvolvimento d sua capacidade de ataque a curta e média distância, tentando desenvolver sistemas que permitam aos iranianos atacar muitos dos seus países vizinhos nomeadamente Israel.

F-4 Phantons Iranianos

O Irã começou pelo mesmo caminho de todos os regimes que desenvolveram as suas próprias capacidades, desenvolvendo versões do míssil soviético Scud.

Mas o desenvolvimento iraniano, foi auxiliado pela Coreia do Norte, que também iniciou um programa de desenvolvimento de mísseis com a mesma origem e já levada um avanço de vários anos. Os No-Dol norte-coreanos são alegadamente o ponto de partida do Irã, pois assim a República Islâmica poupou várias etapas, partindo do No-Dol de dois estágios , para outros voos mais ambiciosos.

Ao contrário da Coreia do Norte, o Irã está escorado em sua produção de petróleo, dispondo por isto dos recursos para contratar os técnicos de que necessita para permitir o desenvolvimento de seus programas de mísseis.

Será esta a principal razão que levou analistas europeus e israelenses a afirmar nesta semana que o novo míssil iraniano, mostra ter capacidades e características que o afastam dos desenvolvimentos baseados nos Scud soviéticos de que derivaram nos No-Dol coreanos e os Shahab iranianos.

Sajil – O novo míssil iraniano
A imprensa iraniana é sempre extremamente otimista e a cada lançamento anuncia sempre que foi quebrada um nova barreira e que mais uma vez o país está na vanguarda com o mais moderno míssil fabricado no mundo.
Propaganda descontada, é possível encontrar novas características que demonstram que novas tecnologias e novas características distinguem o novo «Sajil» dos anteriores «Shahab-3B».

Trata-se de um míssil com dois estágios, que utiliza alegadamente um sistema de direção idêntico ao do Shahab-3 e um novo tipo de combustível sólido, que lhe permite ser lançado de qualquer ângulo. A utilização de combustível sólido, visto como muito mais seguro, permite reduzir todos os procedimentos de segurança durante o lançamento, o que é de grande importância quando se trata de sistemas que dependem da furtividade e da capacidade para chegar em um lugar, preparar o míssil, disparar e fugir rapidamente.

A possibilidade de o «Sajil» ser uma modernização de um sistema que os iranianos apelidaram de «Ashura» também não foi descartada, mas seja ou não apenas mais uma afirmação política, o lançamento não deixa de demonstrar que as tentativas iranianas para prosseguir o desenvolvimento de mísseis, continuam a ser uma prioridade.

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Alcance do sistema shahab 3

O presente sistema, poderá ter capacidade para atacar países da Europa do Sul, podendo atingir países como a Itália, a Grécia ou a Roménia.

O regime iraniano, caracterizou-se durante os últimos anos por levar a cabo acções de propaganda e de chantagem com reféns. A chantagem faz parte da cultura Persa. O Irã deverá conseguir ter capacidade para disparar armas atómicas sobre a Europa dentro de três anos.