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Honda chama Barrichello para teste em Jerez

Veterano será usado como parâmetro para avaliação de Bruno Senna

Fonte UOL

Longe de um cockpit desde o GP Brasil, há um mês, Rubens Barrichello voltará a acelerar um F-1 na semana que vem.

O brasileiro foi chamado pela Honda para testar em Jerez de la Frontera, na Espanha, entre 8 e 11 de dezembro.

Na avaliação da equipe, Jenson Button, que foi usado como parâmetro para os primeiros testes de Bruno Senna, nos dias 17 e 19 de novembro, não estava motivado o suficiente para o papel: o inglês será mantido no time no ano que vem e ainda vivia clima de fim de temporada.

Para Ross Brawn, que ainda não está convencido da capacidade técnica do novato, um piloto que luta pela sobrevivência na categoria seria uma referência mais apropriada.

Daí, a decisão de chamar Barrichello, que tem contrato até 31 de dezembro.

O diretor da Honda, que trabalhou com Barrichello na Ferrari, é o principal entrave à contratação de Bruno pelo time. Por outro lado, Nick Fry e a ala japonesa da equipe apóiam o vice-campeão da GP2.

Brawn, portanto, é minoria. E apenas uma diferença abissal entre os tempos de Barrichello e os de Bruno mudaria o cenário a favor do veterano.

Há duas semanas, em Barcelona, Bruno venceu um primeiro "vestibular" da Honda. Seu adversário foi Lucas di Grassi, que neste ano atuou como piloto de testes da Renault e também disputou a GP2.

Cada piloto testou por um dia e meio com o modelo RA108. E, no fim, Bruno saiu-se melhor. Sua melhor marca foi 1min21s676, contra 1min22s283 de Di Grassi _diferença de 0s607.

Em relação a Button, principal parâmetro adotado pela Honda, Bruno também conseguiu resultado mais positivo. Ficou a 0s289 do inglês, enquanto a desvantagem do compatriota foi de 0s513.

Paulistano, 25 anos, Bruno é o atual vice-campeão da GP2, categoria-escola da F-1. E é sobrinho de Ayrton Senna, que conquistou seus três títulos na categoria com motores da marca japonesa. Também nascido em São Paulo, Barrichello tem 36 anos e é o piloto mais experiente da história da F-1, com 267 GPs.

"Torço muito pro Bruno Senna. Quero muito que um dia ele possa ser um grande nome. Mas ele podia aceitar o cargo de piloto de testes, aprendendo com minha experiência e a do Button e depois disso, aí sim, entrar na F-1. É uma pena que estejamos lutando pela mesma vaga. O bom é que ela vai ser de um brasileiro", afirmou Barrichello, na última quinta-feira, ao programa "Hoje em Dia", da TV Record.

No fim de semana, após vencer a primeira bateria do Desafio Internacional das Estrelas, corrida de kart promovida por Felipe Massa em Florianópolis, Barrichello voltou a pedir uma chance no time.

"Dá pra mandar o tape rapidinho lá pra Honda. Manda pra lá, por favor", disse à reportagem da TV Globo, que transmitiu o evento.