FAB avança na compra de caças no valor de US$ 2 bilhões

Fonte: DCI por Fabíola Binas

A disputa pelo fornecimento de 36 aeronaves do tipo caça multiemprego (aviões de guerra) para a Força Aérea Brasileira (FAB) esquenta à medida em que é chegada a hora de uma decisão sobre qual empresa levará a melhor no páreo. No programa de modernização de frota, denominado FX-2, devem ser desembolsados aproximadamente US$ 2,2 bilhões, de acordo com fontes ligadas ao setor, que garantem que o resultado da concorrência internacional deve sair ainda neste semestre, conforme apurou o DCI.

Da parte dos compradores, o Comando da Aeronáutica (Comaer) confirma apenas que encerrou o recebimento das ofertas finais junto às empresas participantes do processo de seleção, neste caso, o consórcio anglo-sueco Saab Gripen, a norte-americana Boeing e a francesa Dassault Aviation. O Centro de Comunicação Social da Aeronáutica informou que a concorrência está "em fase de finalização do processo", podendo o resultado sair a "qualquer momento." A assessoria enfatizou, porém, que a data específica depende de outras variantes.

As variantes a que a Aeronáutica se refere dizem respeito aos itens que influenciarão no processo de escolha, que levam em consideração as características de cada projeto como preço, custo de manutenção e as compensações comerciais e transferência de tecnológica, com a promessa deste último item ter um peso relevante na decisão final.

O posicionamento do governo em relação à importância do critério da transferência tecnológica ficou claro na última semana, quando o ministro da Defesa Nelson Jobim comentou, em Paris, sobre a aquisição de quatro submarinos franceses que "não somos compradores de prateleira. Por isso optamos pela França na questão dos submarinos", como disse, ao justificar que a estatal francesa concordou em transferir tecnologia ao Brasil.

Cada proposta terá suas peculiaridades (por enquanto, a Aeronáutica as guarda a sete-chaves), mas um exemplo de contrato que contemplaria o quesito de tranferência seria a montagem do equipamento ser feita por aqui, com peças construídas localmente, uma forma de o País tirar proveito tecnológico do fornecedor dos caças, trazendo novas experiências ao Brasil.

Vale lembrar que a transferência de tecnologia, além do caso dos submarinos e dos caças da Defesa, tambem será um critério usado para a implantação de um importante projeto, a do trem de alta velocidade (TAV), que deve ligar os estados de São Paulo e do Rio de Janeiro, até 2014.

No caso dos caças, o Comaer informou, em nota, que "a fase que se encerra constituiu a última rodada de esclarecimentos junto às empresas participantes e que cada uma delas teve iguais oportunidades de trocar informações com a Gerência do Projeto".

Querendo mostrar suas vantagens competitivas, a Boeing Company ofereceu ao Brasil o caça avançado F/A-18E/F Super Hornet. "O Super Hornet que propomos está equipado com tecnologias de ponta, um caça multimissão que está pronto", disse recentemente Bob Gower, vice-presidente dos programas F/A-18 e EA-18 da Boeing Integrated Defense Systems.

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Desde o início do processo, o consórcio anglo-sueco Saab Gripen sempre afirmou que teria condições de trabalhar em conjunto com a Embraer, caso seu avião seja selecionado pela Aeronautica e a Defesa brasileira. Corre de boca em boca que o caça Gripen está acirrado no favoritismo em relação aos Rafaeles franceses, hoje considerados aviões de última geração.

Orçamento

A Aeronáutica dispõe de recursos anuais para aquisição e modernização de aeronaves. De acordo com a Lei Orçamentária Anual (LOA), para este fim seriam destinados R$ 980 milhões em 2009, contra os R$ 860 milhões previstos pela dotação orçamentária do ano anterior. Já na estrutura de controle de tráfego aéreo brasileiro (sistema que foi alvo de duras críticas com a queda de aviões comerciais), foram aplicados mais de R$ 2 bilhões nos últimos anos, sendo o plano do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) chegar a 2010 com quatro mil controladores e, assim, poder suprir o avanço anual de 12% do transporte aéreo.

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A disputa pelo fornecimento de 36 aeronaves do tipo caça para a Força Aérea Brasileira (FAB) esquenta à medida em que é chegada a hora de decidir quem vencerá a concorrência bilionária. Nesse programa de modernização de frota, denominado FX-2, deverão ser desembolsados em torno de US$ 2,2 bilhões, segundo fontes do setor, que preveem a divulgação do resultado da concorrência ainda neste semestre.

A disputa é entre o grupo anglo-sueco Saab Gripen, a norte-americana Boeing e a francesa Dassault , envolvidas em um processo que leva em conta preço, custo de manutenção, compensações comerciais e transferência tecnológica - item que ganhou destaque na concorrência, assim como ocorreu na compra, pelo governo, de submarinos da estatal francesa. O ministro da Defesa Nelson Jobim garantiu: "Não somos compradores de prateleira. Por isso optamos pela França na questão dos submarinos", lembrando que a estatal francesa concordou em transferir tecnologia ao Brasil. Essa premissa deverá ocorrer também na escolha do trem de alta velocidade para a Copa de 2014.

Com o mercado aéreo reaquecido, a Embraer planeja aumentar o preço de sua maior aeronave de aviação executiva [Lineage 1000], de 3% a 5%. O vice-presidente da divisão Luís Carlos Affonso diz ter detectado oportunidade de fazer o reajuste depois de lembrar a diferença de preço entre o modelo da fabricante brasileira e o concorrente direto, fabricado na Europa. A aeronave brasileira custa US$ 46 milhões, enquanto o modelo da Airbus tem preço de US$ 65 milhões.

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