Quanto custa voar de graça?
Aprenda como tirar proveito de um programa de milhas

O empresário Heraldo Ribas, de 58 anos (nas fotos com a família), viajou para Paris, Roma, Orlando, Fernando de Noronha e Vale Nevado, no Chile, sem pagar nada pelas passagens aéreas. Na próxima semana, embarca para Aruba com a família – e mais uma vez não vai tirar um tostão do bolso. “Tudo o que compro no cartão vira milha no fim do mês”, diz o empresário.

No ano passado foram mais de 4 milhões de bilhetes gratuitos emitidos pelas duas maiores companhias aéreas do Brasil: Gol e TAM. São 6,6 milhões de clientes no programa Smiles (smiles.com.br), da Gol, e 6,6 milhões no programa TAM Fidelidade (tam.com.br). Fazer parte de um deles – ou dos dois – é o primeiro passo para quem deseja voar sem custo. A adesão é gratuita pelo site. Muita gente, porém, se queixa de que é difícil acumular pontos e que, mesmo com eles, não se conseguem as passagens na quantidade ou na data em que se precisa. Mas há maneiras de contornar as duas dificuldades.

Ganhar pontos (ou milhas, depende do programa) está se tornando cada vez mais fácil. Antes, as pessoas só somavam pontos voando. Agora, há várias maneiras de ganhar milhas. As empresas aéreas têm centenas de parceiros que ajudam a acumular milhas ou pontos. Basta apresentar o número do programa de fidelidade da empresa aérea em restaurantes, hotéis, locadoras de veículos, farmácias, spas, entre outros serviços associados. O ganho é dobrado: na compra do serviço e no pagamento da fatura do cartão de crédito, que também soma pontos. São atalhos para quem deseja chegar antes ao bilhete prêmio, como é chamado o assento gratuito.

A Gol libera a venda de assentos 330 dias antes do embarque – é a chance para quem voa com milhas

O cartão de crédito é a principal fonte de milhas de Heraldo Ribas. Ele é empresário e faz as compras de sua empresa no cartão. A cada R$ 1,80 pagos na fatura, ganha 1 milha no cartão Smile. E a cada 10.000 milhas ganha um trecho pelo Brasil. Os clientes do cartão TAM Fidelidade têm a possibilidade de juntar até 400.000 pontos na compra de um imóvel, devido a uma parceria com a construtora Cyrela, pontos suficientes para embarcar quatro pessoas na primeira classe para a Europa ou os Estados Unidos.

Acumular pontos ou milhas, porém, não é garantia de um assento na aeronave. A Gol reserva poucos lugares para passageiros que trocam milhas. O número varia por voo: os mais concorridos tendem a oferecer menos lugares, os menos concorridos mais assentos. Ninguém sabe qual é a proporção exata reservada aos clientes com milhas. A Gol não informa. Sabe-se apenas que, na prática, conseguir um bilhete prêmio nas férias ou na véspera de feriado é quase impossível. A dica para obter um lugar nas datas mais procuradas é ficar atento ao início da venda das passagens. Os bilhetes da Gol são vendidos com 330 dias de antecedência (quase um ano!). Para saber quando os voos serão abertos, pode-se ligar para a companhia ou consultar o site.

Outro jeito de contornar esse problema, no caso da Gol, é pagar o dobro de milhas para obter uma passagem na hora – desde que haja assentos vagos na aeronave. Foi o que fez Heraldo Ribas. “Era a única chance de embarcar toda a família – com milhas – no mesmo voo”, diz. O empresário queria, inicialmente, viajar para Orlando. Testou todas as datas disponíveis até o fim deste ano. Em nenhuma delas, porém, conseguiu seis lugares no mesmo voo. Resolveu mudar o roteiro e torrar o que tinha no cartão. Em vez de 30.000 milhas, gastou 60.000 milhas por pessoa e emitiu cinco bilhetes para Aruba. No fim, gastou 300.000 milhas.

Na TAM, a política de troca de pontos é mais democrática. A empresa não distingue quem paga pelo assento de quem troca pontos por bilhetes. Vale a regra da fila: quem chega primeiro leva os assentos. Parceiras da TAM, como United Airlines, TAP e Lufthansa, não agem da mesma forma. Reservam poucos assentos para a troca de pontos e, assim como a Gol, não informam quantos eles são. Você acredita se quiser.

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Fonte: ClickPB - Aviation News