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Super Hornet F-18
Fabricante Boeing (EUA)
Raio de combate 1.800 km
Velocidade máxima 2.100 km/h
Motores 2 (GE 414)
Peso máximo de armamentos 8 toneladas
Ponto forte: É o mais testado. Foi muito usado no Afeganistão, Bosnia e Iraque e está sendo produzido em larga escala, a fabricante garante abrir mercado americano exatamente no momento em que a USAF re-lança requerimento para comprar 100 aeronaves similares ao Super Tucano.
Ponto fraco: Há poucas chances de o Brasil aperfeiçoar a tecnologia, pois o modelo já está consolidado.

EUA prometem transferir tecnologia caso vençam licitação de caças, diz Jobim

Os Estados Unidos prometeram transferir ao Brasil a tecnologia militar dos caças F-18 Super Hornet caso a Boeing vença a licitação para a compra de 36 caças aberta pelo Governo brasileiro.

O secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates, impulsionou a proposta americana em reunião ocorrida nesta terça-feira com o ministro da Defesa, Nelson Jobim, a pedido do americano.

"A oferta do Super Hornet inclui compartilhar tecnologias avançadas com o Brasil", informou o Pentágono em comunicado divulgado após o encontro.

A nota também destaca que, se o Brasil comprar os caças americanos, "se abririam novas oportunidades de cooperação entre nossas Forças Armadas e as indústrias de defesa, e haveria benefícios no longo prazo para os dois países".

O Governo americano "afirma que apoia o projeto e fala de 98% (de transferência de tecnologia)", disse Jobim à imprensa após a reunião com Gates.

No entanto, o ministro reconheceu que a oferta apresentada pela empresa francesa Dassault leva vantagem na licitação.

"O presidente (Luiz Inácio Lula da Silva) manifestou sua predisposição política em relação à França, mas é evidente que isso tem que ter um suporte técnico e é exatamente nisso em que estou trabalhando", afirmou.

Jobim analisa atualmente os detalhes das três ofertas de caças - os Super Hornet da Boeing, os Rafale da Dassault, e os Gripen da sueca Saab - e disse que entregará sua recomendação a Lula em até 20 dias.

Em seguida, Lula levará o tema ao Conselho de Defesa Nacional, órgão da Presidência. Depois da opinião do conselho, o presidente tomará a decisão final.

Jobim afirmou que a proposta vencedora deve contemplar a capacitação de pessoal brasileiro sobre os novos equipamentos, além da transferência de tecnologia.

Nesse sentido, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, comunicou ao Governo brasileiro que sua Administração autoriza a entrega de "informações relevantes e a transferência de tecnologias necessárias" por parte da Boeing.

Jobim disse que analisa agora o que significam "esses adjetivos" com a proposta americana nas mãos.

As outras duas ofertas também contam com a transferência de tecnologia, inclusive no caso da Saab, cujos caças usam peças e sistemas de vários países, como EUA, Alemanha, Israel, Reino Unido e África do Sul.

Durante o encontro, Gates e Jobim acordaram uma visita do secretário americano ao Brasil em abril, segundo o ministro.

Jobim também confirmou uma visita próxima de Hillary Clinton ao Brasil, mas não deu datas.

Em seu encontro com Gates, Jobim lhe colocou a "grande desconfiança da América do Sul em relação aos Estados Unidos", explicou.

No comunicado, o Pentágono ressaltou a "confiança" dos EUA no Brasil, refletida em sua oferta de transferência de tecnologia, e a "crescente importância" do país no cenário mundial.

Por outro lado, Jobim transmitiu a Gates a "grande desconfiança da América do Sul em relação aos EUA".

Gates admitiu essa falta de confiança, pois "há países que simplesmente falam mal" dos EUA, disse Jobim. O Pentágono não fez declarações sobre o tema.

Jobim - que seguiu para Cuba para se juntar à comitiva do presidente Lula, o qual chega hoje a Havana - disse que uma das fontes da desconfiança é o embargo americano sobre a ilha caribenha e pediu uma mudança em sua política de isolamento.

Além disso, o ministro falou que a cooperação americana na reconstrução ao Haiti ajuda a dissipar essa desconfiança existente na região.

Jobim admitiu que, nos primeiros dias após o terremoto no Haiti, houve tensão sobre as competências das tropas americanas e da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah), liderada militarmente pelo Brasil, mas disse que o assunto foi resolvido.

O comunicado do Pentágono afirmou que a cooperação entre EUA e Brasil no Haiti foi "excelente".

O Brasil propôs a construção de uma pequena usina hidroelétrica com capacidade para gerar 32 megawatts de energia para Porto Príncipe, com um custo estimado de US$ 200 milhões.

"Precisamos de ajuda para isso e os EUA estão dispostos a ajudar", disse Jobim, que conversou sobre o assunto com Gates e com o chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas dos EUA, almirante Mike Mullen, com quem também se reuniu em Washington.