Pelo andar das pesquisas, até o momento, pode-se deduzir que a estratégia eleitoral do PSDB, e principalmente seus simpatizantes, deu errado. Nas redes sociais, Twitter, blogs, FaceBook, etc. e também por e-mail, a artilharia digital pró José Serra somente se preocupou em atacar Dilma Rousseff, ao invés de apresentar projetos concretos capazes de conquistar o eleitor. Adjetivos como poste, marionete do Lula e terrorista, circulam com a mesma intensidade com que o Índio da Costa brande o tacape contra o PT, associando o partido às Farcs e ao narcotráfico.

Quem tá comendo e comprando TV, Geladeira, Máquina de lavar,etc., tá se lixando pro botox da D.Letícia ou para cartões corporativos. Não sabe nem que ‘bicho é esse’.
Acontece que aumentou o salário, cresceu o emprego com carteira assinada, existe Prouni pra filho de pobre frequentar universidade, e por aí vão os ganhos que dá a Lula uma popularidade inacreditável para quem está em último ano de mandato.
Partidários de Serra ainda não perceberam que ‘bater’ no cara com 85% de aprovação, tira votos do tucano.
E aí, Dilma sobe.

Fonte: Blog do Mesquita

Lições da ascenção de Dilma

A eleição não terminou mas é possível extrair algumas lições diante da vantagem de 17 pontos de Dilma sobre José Serra.

Desconfie dos sábios que debatem estratégias de campanha e surgem com idéias geniais para mudar o voto de 140 milhões de brasileiros.

A vantagem de Dilma demonstra que o eleitor não está fazendo suas escolhas na campanha, mas que elas estavam definidas há tempos — e já era possível ler esses sinais na aprovação inédita do governo Lula. Como diz a velha piada, só faltava ligar o nome à pessoa.

Por isso, depois do início da propaganda na TV, o DataFolha mostra um quadro assim: Dilma dispara, Serra não cresce e Marina até oscilou um ponto para baixo.

A propaganda na TV não convenceu ninguém. Fez o trabalho de ampliar a informação e não se pode dizer, após oito anos de Lula no Planalto, que o eleitor pretende votar naquilo que não conhece. A imprensa escrita e eletrônica fez uma ampla cobertura do governo e seria absurdo afirmar que tenha sido omissa diante de erros, falhas e omissões.

A vantagem de Dilma não é um fenomeno de marketing eleitoral mas traduz fatos concretos. A economia está crescendo, o desemprego diminui, a inflação está baixa e as perspectivas são de continuidade.

Não há como Luiz Gonzalez, o marqueteiro de José Serra, mudar essa realidade. Nem o cineasta Fernando Meirelles, que trabalha para Marina Silva, pode fazer muita coisa.

A decisão do eleitor não se baseia naquilo que aparece na TV — mas em seu bolso, no orçamento de casa.

A aprovação ao governo Lula não é aplauso na arquibancada de um circo, para o melhor trapazista ou a bailarina mais bonita. Envolve o bolso da platéia, a vida de cada dia, os benefícios considerados relevantes. Isso não se muda com debates ou propaganda na TV.

Está tudo resolvido? Sim e não.

A campanha de Dilma pode cometer erros graves e abrir brechas para o crescimento dos adversários. Sempre existe essa hipótese. Mas a iniciativa está com ela.

Por: Paulo Moreira Leite/Revista Época