Os brasileiros que estavam presos na Líbia em meio aos protestos contra o ditador Muamar Kadafi começaram a chegar ao Brasil nesta quinta-feira. Funcionários da empresa Andrade Gutierrez desembarcaram no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, em um voo comercial. Já a comissão técnica de futebol da seleção da Líbia, formada por brasileiros, aterrisou no Rio de Janeiro. Ainda aguardam retorno ao Brasil, mas já estão fora da Líbia, sete empregados da Petrobras e 439 da Odebrecht e seus familiares. Eles estão hospedados em um hotel no arquipélago de Malta, no mar Mediterrâneo, enquanto as empresas definem os horários dos voos de retorno ao Brasil.

Em nota, a Petrobras informou que seus funcionários estão seguros em Malta e apresentam boas condições de saúde. A estatal disse ainda ainda que está acompanhando a situação dos cerca de 15 empregados líbios que permanecem no país.

A Odebrecht informou que outros 2.749 funcionários da empresa também continuam na Líbia. Segundo a companhia, estão previstos para hoje mais dois vôos para a Malta com capacidade de 450 pessoas cada. E um navio com capacidade para 2.000 pessoas atracou em Trípoli para ajudar no resgate.


Cerca de 450 funcionários da Odebrecht e da Petrobras foram levados a Malta, no mar Mediterrâneo, onde aguardam transporte ao Brasil

De acordo com o Itamaraty, a embarcação que partiu na última quarta-feira do Porto de Pireu, na Grécia, transporta um grupo de 148 brasileiros. Entre eles, os parentes da jornalista Mariana Hansen, que mora no Rio de Janeiro. Seu pai, Roberto Roche Moreira - que é funcionário da Queiroz Galvão -, sua madrasta, Débora Kloeppel, e seus dois irmãos, Marina Roche Moreira e Bernardo Roche Moreira, ficaram trancados em uma casa com cinquenta pessoas por causa das manifestações nas ruas de Benghazi.

Mariana disse ao site de VEJA que conversou, na manhã desta quinta, com a irmã, e ela já estava de malas prontas. “Minha irmã até brincou que estava arrumando a fantasia para o carnaval”, contou. A Queiroz Galvão informou que todos os funcionários da empresa e seus familiares preparavam-se para retornar ao Brasil.

Segundo o Ministério de Relações Exteriores, entre 500 e 600 cidadãos do Brasil viviam na Líbia. Quase todos são funcionários de empresas brasileiras e moram nas cidades de Trípoli e Benghazi.

Fonte: Veja