O matemático Marco Antonio Raupp, novo presidente da Agência Espacial Brasileira, tomou posse ontem dizendo que a maior marca do programa espacial brasileiro é o atraso. Ele prometeu uma revisão completa do programa ao longo do próximo mês.

"A marca do nosso projeto é o atraso", afirmou.

Segundo Raupp, será discutida a possibilidade de a agência contratar empresas privadas para executarem projetos espaciais --como os Estados Unidos fazem.

"Empresas como a Embraer, que criou uma filial para defesa, têm tudo para ser integradoras", afirmou.

Ele também afirmou que avaliará qual é "realmente a possibilidade" de lançar o foguete ucraniano Cyclone-4 da base de Alcântara no ano que vem, como planeja a empresa binacional ACS (Alcântara Cyclone Space).

O ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, condicionou a continuidade do programa Cyclone ao aporte de dinheiro da Ucrânia. "A evolução desse programa depende de eles assumirem a parte deles, tanto na capitalização da empresa quanto no cronograma tecnológico para o Cyclone-4."

O Brasil já colocou R$ 207 milhões no capital da ACS, mas a Ucrânia, em apuros financeiros após a crise de 2008, não deu sua contrapartida nem conseguiu ainda dinheiro para concluir o foguete.

Fonte: Folha