A unidade chinesa da Embraer desativou uma linha de montagem com objetivo de adaptá-la para outros produtos, segundo o presidente da empresa, Frederico Curado. "A empresa está em funcionamento. A linha de montagem é que está desativada porque está sendo adaptada para outros produtos", afirmou, ao ser questionado sobre notícia publicada na imprensa, que diz que os 180 funcionários da Embraer estão parados enquanto a empresa se prepara para voltar a produzir aviões naquele país. "Entre as atividades orgânicas da empresa, suporte ao cliente, adaptação da fábrica, treinamento e trabalho nas operações do nosso sócio na China, está todo mundo ocupado. Eles não estão em férias coletivas nem licença remunerada", disse o executivo.


Segundo Frederico Curado, "Entre as atividades orgânicas da empresa, suporte ao cliente, adaptação da fábrica, treinamento e trabalho nas operações do nosso sócio na China, está todo mundo ocupado. Eles não estão em férias coletivas nem licença remunerada"

No último mês de abril, durante visita da presidente Dilma Rousseff à China, a Embraer fechou acordo para produzir no País o jato executivo Legacy, o que evitaria o fechamento da fábrica que a companhia possui desde 2002 na cidade de Harbin, em parceria com a estatal Aviation Industry Corporation of China (Avic). Anteriormente, a Embraer produzia no local o modelo 145, para o segmento de aviação comercial, mas a China, que está incentivando o desenvolvimento da sua indústria de aviação, não quis que a Embraer continuasse produzindo no País aeronaves comerciais.

Segundo Curado, ainda não foi realizada a venda de nenhum jato executivo na China desde que foi fechado o novo acordo com o governo local, mas há várias negociações em andamento. "É um produto caro, não é fácil de ser vendido, isso leva tempo mesmo. Mas estamos conversando principalmente com as companhias de aviação chinesas, que também têm empresas de aviação executiva", afirmou à Agência Estado. "Isso até facilita o nosso trabalho, porque já conhecemos essas empresas", disse.

Curado acredita que ainda este ano serão fechadas as primeiras vendas do Legacy. "Teremos capacidade de produzir lá entre 18 e 20 aviões por ano. Acredito que tenhamos mercado para produzir entre seis e 12 unidades por ano", afirmou. Ele estima que no prazo de 14 a 18 meses o primeiro avião será entregue. O presidente da Embraer disse ainda que a empresa tem interesse em manter todos os funcionários atuais, porque essa é uma mão de obra altamente qualificada e demandada na China. "Não podemos esquecer que a Airbus tem uma fábrica enorme ali perto", afirmou.

Fonte: Estadão/O Globo