Enquanto os rebeldes líbios trabalham para destruir o que ainda há do aparato militar do líder Muamar Kadafi, forças especiais do Reino Unido, França, Jordânia e Catar estão há alguns dias em campo na Líbia para ajudá-los em operações na capital, Trípoli, e em outras cidades do país, disse nesta quarta-feira um funcionário da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) à rede de TV CNN.

Segundo a fonte, particularmente as forças britânicas têm auxiliado as unidades rebeldes a "se organizar melhor para conduzir as operações". Algumas dessas forças de todos os países viajaram com as unidades rebeldes através da Líbia em seu avanço a Trípoli. A autoridade da Otan, que falou sob condição de anonimato, disse que as forças especiais ajudaram os rebeldes a "melhorar suas táticas".


As forças também forneceram informação de alvos para aviões de guerra conduzirem bombardeios e missões de reconhecimento em Trípoli. As forças também ajudaram os rebeldes em comunicações enquanto conduziram o assalto a Trípoli no fim de semana.

Outro oficial graduado da Otan afirmou que a guerra "ainda não terminou, embora esteja perto. Continuamos observando bastiões de resistência em todo o país. Também estamos atentos às armas químicas e aos mísseis Scud para que não sejam usado no fim do conflito".

Plano pós-Kadafi

Os estrategistas da Otan estão elaborando opções para um possível papel da Aliança Atlântica na Líbia depois que a guerra civil no país norte-africano terminar, disseram oficiais nesta quarta-feira. O órgão de governo da Otan - o Conselho do Atlântico Norte - disse à sua equipe militar para pensar maneiras de ajudar uma futura missão da ONU para estabilizar o país.

A expectativa é de que os planejadores apresentem opções na próxima semana à liderança política da organização. Os aviões da Otan realizaram 20 mil missões aéreas na Otan nos últimos cinco meses, incluindo cerca de 7,5 mil ataques contras as forças de Kadafi. Mas a campanha expôs profundas fissuras dentro da Aliança, com apenas oito de seus 28 membros participando da ação militar.

Diplomatas dizem que vários membros estão descontentes com a intervenção na Líbia, dizendo que desviava a atenção e os recursos da principal missão da Otan no Afeganistão, onde uma guerra de dez anos contra a milícia islâmica do taleban não tem ido bem para a organização. Como resultado, espera-se que qualquer missão posterior ao conflito na Líbia seja limitada em tamanho e duração.

De acordo com a porta-voz Oana Lungescu, o Conselho do Atlântico Norte concordou que qualquer possível papel de apoio futuro para a Otan deve "satisfazer o critério de necessidade demonstrada, base legal e amplo apoio regional". Outra condição é que a Otan não tenha qualquer presença militar "sustentada" em terra na Líbia.

Fonte: IG