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A periferia oeste de Trípoli é agora controlada pelos rebeldes que tomaram uma importante base militar das forças de Muammar Khadafi. Não houve qualquer resistência nas ruas. Os civis receberam-nos com bandeiras nas bermas das estradas, eufóricos.

A Associated Press, que tem repórteres a acompanhar estas movimentações dos rebeldes, adianta que os subúrbios de Janzour foram tomados com o cair da noite em Trípoli. No centro da cidade continuam os confrontos entre as tropas leais ao coronel Khadafi e as “células adormecidas” da capital, como estão a ser designadas.

As forças que entraram nos subúrbios de Janzour são as mesmas que, apenas horas antes, esteve envolvida num breve tiroteio com a unidade de elite comandada pelo filho de Muammar Khadafi, a 32.ª Brigada. Os quartéis da Brigada Khamis, como também é conhecida essa unidade, “estão firmemente nas mãos dos rebeldes”, atesta um produtor da BBC no terreno. Estas instalações ficam a 30 quilómetros de Trípoli.

“Eles também capturaram uma grande quantidade de munições e de armas – nós vimos um camião carregado com quase 50 mísseis anti-tanque”, diz a mesma fonte. Este camião, e outros, foram conduzidos pelos rebeldes em direcção à capital, conta a AP.

Khadafi tem “os dias contados”, afirmou este domingo o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, reiterando a declaração tantas vezes proferida pelos vários membros da NATO. O povo da Líbia “merece um futuro justo, democrático e pacífico”, acrescentou, revelando que Barack Obama está a ser regularmente informado da situação no país do norte de África.

Entretanto, Muammar Khadafi falou pela segunda vez em menos de 24 horas. A televisão pública emitiu uma mensagem gravada em áudio, que a AP diz que parece ter sido feita através de uma linha telefónica. O coronel exortou quem está a seu lado para lutar pela capital: “Este é o momento para lutarem pela vossa política, o vosso petróleo, a vossa terra”, gritou. “Estou convosco em Trípoli – juntos até ao fim da Terra”.

O plano de ataque a Trípoli começou a ser executado sábado à noite. “Esta é a hora zero”, dizia ontem o vice-presidente do Conselho Nacional de Transição, em Bengazi. As aproximações à cidade estavam previstas pelo leste, pelo sul e por oeste.

A "Operação Sereia" (cognome de Trípoli), que a oposição e a NATO dizem estar há muito planeada, começou pouco depois da quebra do jejum do Ramadão, quando grupos de rebeldes lançaram vários ataques em diferentes zonas de Trípoli. Antes, dos altifalantes de algumas mesquitas saíram apelos à revolta. Como em tantas noites nos últimos meses, os aviões da NATO bombardearam alvos na cidade.

Ao longo do dia, alguns analistas sugeriam que o ataque final poderia ter sido lançado demasiado cedo, com o grosso das forças rebeldes ainda demasiado longe de Trípoli para chegarem a tempo de auxiliarem as células que no interior da cidade por fim se rebelaram. Mas como aconteceu na última semana, com a oposição a anunciar sucessivamente a tomada de cidades estratégicas a caminho da capital, os avanços ao longo do dia foram rápidos, com os combatentes a enfrentarem resistência em localidades e bases militares mas a saírem quase sempre vitoriosos.

A correspondente da NPR News para o Médio Oriente, Lulu Garcia-Navarro, escreve no Twitter que foram libertados os prisioneiros da base militar da Brigada Khamis, em Maia. A jornalista encontrou cortes e contusões em apenas um homem, apesar de estes prisioneiros serem alegadas vítimas de espancamentos e tortura.

Fonte: Publico