O governo de Cuba legalizou a compra e a venda de automóveis para todos os cidadãos nesta quarta-feira, 28, em outro passo na transformação econômica da ilha comandada pelos comunistas desde 1959. Os cubanos pediram durante décadas o livre mercado de carros na ilha.

O governo anunciou a medida em abril, mas ela só foi publicada nesta quarta no diário oficial. Sob a lei, que entra em vigor em 1º de outubro, cada operação de venda será sujeita a um imposto de 4% sobre o valor declarado do carro. O comprador também deverá pagar uma taxa de 4% e fazer um juramento afirmando que o dinheiro obtido para compra o carro foi obtido por meios lícitos.

O comércio de carros era livre apenas para automóveis fabricados e vendidos na ilha antes de 1959, um dos motivos pelos quais Cuba é o único país do mundo onde ainda existe uma frota considerável de carros americanos das décadas de 1940 e 1950 em circulação nas ruas, com modelos Chevrolet Bel Air, Chrysler Imperial e Ford V8, em vários estados de conservação.

Grande parte da frota atual, contudo, é de carros russos e argentinos importados nas décadas de 1970 e 1980, do modelo Moscovich 1500 (da montadora russa de mesmo nome extinta em 2002) ou de modelos Lada da russa Autovaz, ou de Ford Falcon fabricados na Argentina.

Embora os cubanos tenham reclamado da proibição durante muito tempo, ainda não está claro quantos se beneficiarão da nova lei. Muitos cubanos ganham salário de apenas US$ 20 mensais. Remessas de parentes que vivem no exterior, contudo, têm um papel crescente na economia da ilha. O governo também anunciou que planeja legalizar a compra e venda de imóveis até o final de 2011.

Fonte: Estadão