Mísseis estavam a bordo de um submarino nuclear russo no momento de um incêndio em Dezembro, incidente que colocou a Rússia à beira de uma catástrofe comparável à de Chernobyl, afirmou nesta segunda-feira a revista semanal Vlast, que questionou a versão oficial dada na época.

"A presença de armas durante o incêndio, no dia 29 de Dezembro, foi confirmada à Vlast por várias fontes do comando da Marinha russa e da Frota do Norte", escreveu. "A Rússia evitou por um milagre um segundo Chernobyl", foi a manchete da sua edição desta semana.

Segundo a Vlast, o submarino transportava 16 mísseis de longa distância e torpedos, quando foi levado para o conserto na região de Murmansk (noroeste).
A revista também revelou que, segundo as suas informações, alguns dias depois do incêndio o submarino foi levado para um outro local onde fica estacionado normalmente. "O único motivo para tal mudança seria desembarcar os mísseis e torpedos que estavam a bordo do K-84", afirmou a Vlast.



O SSBN K-84 Ekaterinburg incendiou-se em uma doca seca flutuante na cidade de Murmansk na Rússia em 29/12/2011. O incêndio durou cerca de 9 horas e foi controlado pela manhã do dia 30. O relatório oficial divulga que o incêndio se originou devido a fagulhas decorrentes de uma soldagem que caíram sobre um andaime de madeira. O fogo se propagou pela proa, a vante da vela, devido aos seu revestimento emborrachado que diminui a assinatura "acústica" do submarino. A época afirmou-se que o submarino não porta misseis nem torpedos. O Ekaterinburg serve a VMF desde 30/12/1985, em toda sua vida já passou por uma série de modificações, dentre elas a troca de reator (de 1998 a 2003) e a instalação do míssil R-29RMU Sineva. Desde então o Ekaterinburg vem fazendo lançamentos tanto do míssil Sineva como em 2006 de um satélite (Compass-2). O último lançamento do Sineva foi em 20/05/2011 do Mar Branco ao polígono de tiro de Kura, na Kamchatka.

As autoridades militares afirmaram na época que não havia nenhum perigo, pois as armas não estavam a bordo. A Marinha russa sofreu vários acidentes nos últimos anos envolvendo submarinos desde o naufrágio, em 2000, no mar de Barents (noroeste), do submarino nuclear Koursk. Na ocasião, os 118 membros da tripulação morreram.

Fonte: Angola Press