Há alguns meses atrás o futuro da força aero-naval britânica ficou mais ou menos decidido, com a opção britânica por converter o segundo navio da classe Queen Elizabeth II, o “HMS Prince of Wales” num porta-aviões convencional, que utilizasse catapultas para lançar os seus aviões.

Um navio com estas características é normalmente mais eficiente que os porta-aviões que utilizam rampas Ski-jump, que têm que depender da potência dos motores do próprio avião, ou então de aeronaves de descolagem vertical, como ocorre com os Sea Harrier e com o F-35C da Lockeed Martin.

Apenas os Estados Unidos, a França e o Brasil [1] possuem aeronaves com estas características. Outros países, como Itália, Rússia, Espanha, Índia e China [2]

Crise na Grã Bretanha

Sabe-se agora que a política de cortes nas despesas, posta em prática pelo governo do Reino Unido para reduzir o deficit público, poderá implicar uma tal redução nas despesas, que não haverá dinheiro para o custoso plano de reconversão do Prince of Wales, de um porta-aviões com rampa Ski-jump num porta-aviões convencional.

Entre os custos que não serão comportáveis, conta-se o sistema de lançamento electro-magnético, que evita o complexo sistema de lançamento por catapulta a vapor. O navio, também terá que ser completamente redesenhado, para obedecer às especificações e necessidades da marinha britânica.

Acreditou-se numa primeira fase, que o custo menor das aeronaves F-35C, de descolagem convencional ou com catapulta quando comparado com o custo dos F-35B de descolagem vertical, justificaria a conversão de um dos porta-aviões britânicos.
A somar a esta redução de custo, está o fato de o F-35C ( que também será utilizado a bordo dos porta-aviões da marinha norte-americana ), ser mais económico e mais eficaz em termos militares que a versão de descolagem vertical.
3 variantes do F-35

Futuro do F-35C

Nos Estados Unidos a versão de descolagem vertical do caça F-35 «Lightning» tem sido muito criticada, dado a aeronave ser inferior às outras duas versões (Força Aérea e Marinha). No entanto este tipo de aeronave é a única forma de países como a Itália e a Espanha utilizarem os seus porta-aviões, que são demasiado pequenos para utilizar outro tipo de aeronave.

Os almirantes norte-americanos chegaram a pressionar o Pentágono, para que os fuzileiros navais utilizassem a mesma versão do F-35 que a marinha (F-35C), já que aquela força operaria a partir de porta-aviões convencionais.

Os fuzileiros navais americanos porém, sabem que a principal vantagem do F-35B consiste na possibilidade de utilizar a aeronave a partir dos grandes navios logísticos do tipo LHA, que podem operar mais de 20 aviões, transformando aqueles navios em porta-aviões ligeiros.

Durante o conflito na Líbia em 2011, a presença naval norte-americana limitou-se a um desses navios, o USS Kearsarge. Os fuzileiros navais operaram os seus Harrier de descolagem vertical, utilizando o Kearsarge como base e recorrendo a um sistema de comunicações inovador, que consistiu na utilização de balões para facilitar o contato entre os aviões e o navio.

Os Harrier devem ser substituídos pelos F-35B.

A possibilidade de a Grã Bretanha ser forçada a optar pelo F-35B seria vista como uma espécie de boia de salvação adicional para o mais polémico dos aviões da série F-35.

Fonte: Area Militar

[1] – O São Paulo é o antigo Foch da marinha francesa e se operacional utiliza aeronaves A4 «Skyhawk».
[2] – O porta-aviões chinês é idêntico ao porta-aviões russo mas a China não possui ainda aeronaves para operar a partir do navio.