O desastre com avião Concorde da Air France que fazia o voo Paris-Nova York volta hoje a ser julgado no Tribunal de Versalhes. A Continental Airlines apelou da decisão de 2010 que considerava a companhia aérea como a única responsável pelo acidente que matou 113 pessoas em 2000. De acordo com a decisão do Tribunal de Pontoise de 2010, uma peça desprendida de uma aeronave da companhia aérea americana Continental Airlines teria causado o desastre no dia 25 de julho de 2000. O Concorde pegou fogo e explodiu no ar poucos minutos após a decolagem no Aeroporto Internacional de Charles de Gaulle, em Paris. Além da tripulação e dos passasgeiros, a explosão também matou quatro pessoas que estavam no solo. O avião atingiu um hotel na cidade de Gonesse nos arredores do aeroporto. Segundo o BEA (Escritório de Investigações e Análises para a Aviação Civil), uma das rodas do Concorde estourou depois de passar sobre a peça que caiu do avião americano que havia utilizado a pista minutos antes. Os pedaços do pneu atingiram o tanque de combustível do Concorde provocando um vazamento e, posteriormente, uma explosão. Essa versão, porém, vai ser contestada na audiência de hoje. A defesa vai apresentar 18 testemunhas que dizem que viram o Conccorde pegar fogo antes mesmo de ter encostado na peça da Continental Airlines. O advogado da companhia americana, Olivier Metzner, declarou antes de entrar para a audiência que espera que, desta vez, o processo seja feito de forma mais justa. A Continental Airlines havia sido condenada a pagar uma multa de 200 mil euros e a indenizar a Air France em 1 milhão de euros. Um técnico da manutenção da Continental foi condenado a 15 meses de prisão por ter instalado mal a peça. Depois do acidente, a Air France retirou provisoriamente o aparelho de circulação. Em maio de 2003, todos os Concorde foram retirados definitivamente devido aos elevados custos operacionais da aeronave que era um símbolo de alta tecnologia e glamour. Um voo entre Paris e Nova York durava apenas 4 horas.